tag:blogger.com,1999:blog-41132361192360471812024-03-19T01:22:48.698-07:00Economia CristãUm esforço para divulgar os princípios e fundamentos bíblicos para a Economia.Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.comBlogger16125tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-34239316381097942002016-06-24T19:40:00.001-07:002016-06-26T08:01:21.320-07:00Vocação<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<span style="background-color: white;"><i>Por Gary North</i></span></div>
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"A ética protestante."Ouvimos esta frase o tempo todo. Geralmente, as pessoas falam da ética Protestante como alguma coisa que pertencia às gerações passadas do povo americano (ou inglês, ou holandês), mas que está morta hoje em dia. De fato, o único lugar em que isto parece florescer é o Japão, exceto pelo fato de que os japoneses não são protestantes. Mas, o que quer que isto seja, ou foi, a maioria das pessoas está convencida de que é algo do passado, uma característica de uma civilização Cristã que há muito se foi.
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Temos que dizer, com toda honestidade, que todos os remanescentes da velha ética protestante estão batidos em nossos dias. O Humanismo fez progresso do período de 1860 até 1960, mas aí o capital roubado da cultura protestante começou a acabar. A cultura das drogas, a contra-cultura dos hippies, o colapso da performance das escolas públicas, a apatia dos trabalhadores e a crescente hostilidade entre gerações, tudo isto combinado abalou a fé das pessoas na cultura humanista e, ainda assim, eles não retornaram à fé de seus antepassados, o Cristianismo ortodoxo. A produtividade no trabalho caiu. É a menor da história americana e britânica. O que podemos fazer para reverter essas tendências?
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A coisa óbvia a fazer é pregar um evangelho da redenção totalmente esférico: redenção pessoal, redenção econômica e redenção cultural. A lei de Deus se aplica a todas as esferas da vida. As bênçãos descritas em Deuteronômio 28:1-14 ainda estão disponíveis a uma sociedade que se arrepende. A ética do trabalho é um subproduto da fé cristã; onde a fé é restaurada, essa ética reaparecerá. O problema que enfrentamos hoje é este: mesmo aqueles que expressam sua fé em Jesus Cristo não têm entendimento algum a respeito de vocação. A vocação foi um componente básico do Protestantismo, e especialmente do Calvinismo, nos séculos XVI e XVII. As pessoas sabiam o que esta palavra significada. Hoje, não sabem mais.
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<b>Vocação: Geral e Especial</b>
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A Bíblia nos ensina que há uma vocação especial de Deus para o Seu povo. Ele os chama para fé em Jesus Cristo. Isto envolve abandonar o estilo de vida ímpio do passado. Deus chama os homens a um novo modo de vida. Ele os restaura à completa filiação ética (João 1:12). Esta é a doutrina da adoção. “Clame pelo nome do Senhor,” é uma frase bíblica familiar. Cristo disse “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:44). Deus chama Seu povo a fé em Cristo. Este chamado é, às vezes, conhecido como “vocação eficaz”, e é também conhecido como “vocação especial”. É um chamado para a salvação.
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A vocação geral refere-se aos homens em geral. Cada homem é chamado a sujeitar a terra para a glória de Deus (Gênesis 1:28). Este é um chamado para trabalhar debaixo da soberania geral e providência de Deus. É a tarefa do homem de exercer domínio. Este chamado geral é a vocação do homem (“vocal”, ou “voz”). A vocação de um homem é o trabalho da sua vida, uma forma de serviço a Deus, quer ele reconheça que está sob Deus ou não.
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A vocação geral assumiu grande importância durante a Reforma Protestante. Lutero e Calvino reforçavam que todo trabalho piedoso e honesto é aceitável a Deus, e que não deveria haver distinção alguma de natureza ética entre um ministro e um fazendeiro. Há distinções funcionais, é claro, motivo pelo qual a Bíblia estabelece certos requerimentos pessoais para os homens servirem como líderes da Igreja (1 Timóteo 3), mas não há distinções éticas. Nenhum homem é mais santo diante de Deus por causa do trabalho que tem.
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Esta doutrina libertou os homens do opressão psicológica de sentir-se inferior por causa de seu trabalho. Se qualquer trabalho de um homem é aceitável a Deus, então é vantajoso pagar um homem para trabalhar o melhor que ele puder. Deus honra competência e a concede mais ainda para aqueles que se humilham diante dele e que tentam melhorar seu desempenho. Um bom encanador ganha mais respeito por causa seu trabalho do que um pregador preguiçoso. A questão aqui refere-se à diligência, não ao tipo de trabalho realizado.
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Esta é claramente uma doutrina libertadora. Ela conclama a todos os homens que trabalhem duro e honestamente. Ela ensina aos homens que, não importa o que eles fazem para ganhar a vida, vale a pena fazê-lo bem. Isto, por sua vez, aumenta a produção econômica, pois os homens se esforçam para trabalhar de forma mais inteligente e com menos desperdício. Eles se esforçam para dar bom testemunho de si mesmos diante de Deus, e ao fazerem-no, dão bom testemunho de si diante dos homens. Isto significa mais riqueza para todos os membros do mercado, pois todos são beneficiários de um trabalho eficiente - todos, exceto aqueles que são ineficientes, preguiçosos ou incompetentes, que enfrentam uma maior concorrência do que antes. Esses merecem o que recebem.
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A vocação geral é universal. Todos os homens serão responsabilizados por seu trabalho, e eles serão recompensados no céu, ou amaldiçoados no inferno, em termos de suas vocações gerais (Lucas 12: 47-48; l Coríntios 3). Este tipo de obrigação moral de trabalhar duro e honestamente pressiona os homens a melhorarem seu desempenho. É uma forma de auto-governo, e a sociedade não tem de impor sanções diretas sobre os homens a fim de colher os frutos do auto-governo. A conversão generalizada dos homens a uma forma de Cristianismo que prega o carácter vinculativo da vocação geral vai produzir um aumento da riqueza per capita na sociedade. As pessoas se esforçarão mais, e trabalharão de maneira mais inteligente.
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<b>Qual Vocação?</b>
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Tenho sido economicamente bem sucedido até agora na minha vida. Por causa da meu sucesso público e visível, muitas vezes alguns homens me perguntam, especialmente os mais jovens, quais são as regras do sucesso financeiro na vida. Os Cristãos que me perguntam isto, às vezes me perguntam também o que eu acho que eles deveriam fazer para ganhar a vida.
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Eu tenho uma resposta pronta para isto. Relaciona-se com a doutrina bíblica da vocação. Não é uma resposta complicada, e a maioria dos Cristãos vêem a verdade neste meu conselho. O que me surpreende, entretanto, é que eles nunca ouviram nada parecido antes. Nenhum pastor os aconselhou. Nenhum pai sentou-se com eles para lhes falar sobre estas regras básicas para a ocupação de um Cristão. Aqui estão elas:
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1) Avalie suas capacitades de forma precisa<br />
2) Qual o trabalho mais importante que você pode fazer?<br />
3) Qual o trabalho mais importante que você pode fazer no qual poucos podem substituí-lo?
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Um homem que tem ainda que uma vaga ideia das respostas a essas três perguntas tem um bom palpite sobre o que deve fazer de sua vida. Não é fácil conduzir este questionário, mas é vital. Deus requer que cada homem o faça. <br />
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<b>Capacidades:</b> Quanto mais você tem, mais difícil é a decisão. O homem com capacidades limitadas, exceto para uma única habilidade, tem mais facilidade em tomar esta decisão. Ele sabe o que deve fazer. Mas alguém que tem múltiplos talentos - e isto inclui a maioria dos homens – terá uma dura avaliação a fazer. "Que tipo de trabalho mais me apetece? Quais são os que eu faço melhor? Quais são aqueles que eu estaria disposto a fazer para o resto da minha vida? Quais que são aqueles que eu não aguentaria fazer por muito tempo? Quais habilidades que eu deveria procurar melhorar, caso me seja dada a oportunidade?"
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Você deve ser rigorosamente honesto aqui. Você provavelmente deve consultar outras pessoas: professores, pais, pastor, empregador, e até mesmo um serviço de teste vocacional, se necessário. Você deve enfrentar a si mesmo. Você também deve enfrentar avaliações de você partindo de outras pessoas. Você estará servindo em um mercado, afinal. Acostume-se com a idéia de ter que levar a sério opiniões de outras pessoas a respeito de seus talentos.
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<b>Importância do trabalho:</b> Se um homem pode fazer bem diversas coisas, então ele terá que lidar com o problema de achar uma ocupação adequada às suas habilidades. Se ele consegue falar cinco línguas estrangeiras fluentemente, o que ele deveria fazer com seu talento? Ensinar na escola? Em que nível? Traduzir para uma corporação multinacional? Traduzir para uma agência federal? Traduzir livros para uma editora? Juntar-se a um time Wycliffe de tradução da Bíblia? Há diversas possibilidades. Níveis salariais são apenas um meio de tomar esta decisão. Existem outros.
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Eu digo às pessoas para usarem esta regra de ouro em sua tomada de decisão. Tente olhar para frente 40 anos, ou para quando você achar-se velho demais para este trabalho. Quando você olhar para trás em sua vida, o que você vai pensar de seu trabalho? Ele honrou a Deus? Você deixou uma grande herança para trás para os seus filhos? Será que seus filhos cresceram com a formação moral para lidar com a sua herança de uma maneira piedosa? Você deu um monte de dinheiro para a caridade? Você dedicou sua vida inteira em serviço, em vez de gastá-la por puro dinheiro? Foi uma boa decisão você aceitar esse chamado como o trabalho da sua vida? Se você mesmo tentar responder a essas perguntas com antecedência, é bem mais mais provável que você não irá se decepcionar quando se perguntar de novo em 40 anos.
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<b>Capacidade de ser substituído:</b> Isto é algo que poucos homens consideraram antecipadamente. Eles nunca deveriam deixar de fazê-lo. Não é suficiente selecionar o trabalho mais importante que você pode fazer. Você tem que perguntar a si mesmo: "Se eu fosse sair, ou morrer, este trabalho seria rapidamente preenchido por alguém tão eficaz como eu, e pelo mesmo salário?"Se a vaga é fácil de ser preenchida rapidamente e pelo mesmo salário, então a pessoa que a detém agora não distinguiu-se pelo nível de seu desempenho. Se um humanista pode fazer o trabalho de um Cristão tão bem, então há algo de errado com o trabalho do Cristão. Se seu trabalho é bom, então provavelmente há algum outro trabalho que ele poderia fazer que Deus quer preenchido por um Cristão.
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Hoje, poucos Cristãos operam em termos da doutrina da vocação. Eles não pensam sobre como eles são importantes, como Cristãos, em sua vocação. Eles não entendem como devem fornecer únicos e exclusivos serviços Cristãos para seus empregadores. Em suma, eles não pensam como Cristãos.
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O trabalho que um homem faz pode ser importante aos seus próprios olhos, ou aos olhos de outros, mas, permanecer no que parece ser o trabalho mais importante quando Deus poderia usar as mesmas habilidades para algo muito mais vantajoso em outro trabalho, então tal homem está desperdiçando seu talento. Qualquer homem que não puder dizer que ele, como um trabalhador Cristão, é insubstituível em seu trabalho, deve considerar procurar por um novo emprego. Se ele é facilmente substituível, então é melhor olhar em volta e ver se há algum outro trabalho importante a sua disposição no qual ele seria mais difícil de substituir.
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Em suma, vá onde não há muita concorrência. Vá para onde a sua presença naquele lugar irá elevar o próprio lugar. Vá onde você, como Cristão, irá gerar imitadores, mesmo entre os não-crentes. Vá onde você terá a oportunidade de treinar outras pessoas em suas vocações. Se você não está agora em tal posição, mas poderia estar, então você não está exercendo sua vocação de maneira adequada. A capacidade de ser substituído é uma maneira de testar o seu lugar na vida. Você não iria querer ser apenas mais uma engrenagem de uma máquina econômica vasta e impessoal.
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<b>A Semana de Trabalho de 40 Horas</b>
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Nenhum Cristão deve trabalhar apenas 40 horas por semana, a menos que seja deficiente fisicamente de alguma forma. Poucos homens ficam ricos ou famosos trabalhando apenas 40 horas por semana. Poucas pessoas se destacam em suas profissões trabalhando apenas 40 horas por semana. Seis dias trabalharás – e certamente não apenas 7 horas por dia. Trabalhe 9 ou 10.
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Agora, veja bem, eu acho que, em circunstâncias normais, pessoas assalariadas devem trabalhar não mais de 40 horas para um empregador. Uma vez que tão poucos homens trabalharão 60 horas por semana, você estrará jogando seu tempo fora (vendendo-o muito barato) se trabalhar por de forma assalariada mais de 40 horas por semana. Esse extra de 10 ou 20 horas deve ser investido servindo à igreja, ou estabelecendo um negócio familiar, ou na obtenção de uma educação melhor, ou em serviços comunitários. Não estou falando de homens que trabalham por comissão, ou os <i>trainees</i> em um estabelecimento profissional que podem tornar-se parceiros do negócio se eles trabalharem duro o suficiente. Mas um homem que está disposto a trabalhar 60 horas por semana deve trabalhar pelo menos 20 para si mesmo. Use o salário para alimentar a família; trabalhe as 20 horas adicionais para acumular capital, seja para sua aposentadoria, ou para o lançamento de um negócio familiar. Eu me tornei financeiramente independente fazendo apenas isso. E recomendo fortemente.
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Um trabalho assalariado raramente é uma vocação integral. Pode ser um meio para uma vocação. Um homem pode ser hábil em um campo que não paga bem o suficiente para sustentá-lo em tempo integral. Ele usa suas 40 horas de trabalho por semana para se sustentar em sua vocação. Isso é o que eu faço com o meu boletim econômico, <i>Remnant Review</i>. A renda deste empreendimento permite-me doar a maior parte de meu tempo e energia para o <i>Institute for Christian Economics</i>, do qual eu não recebo salário ou outra compensação (exceto psicológica). Minha vocação é o meu trabalho em economia Cristã. Minha fonte de renda é o meu boletim econômico. Eu faço distinção entre os dois trabalhos.
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Somente naqueles trabalhos raros, como por exemplo o pastorado, onde um homem é assalariado e, apesar disso, precisa dar mais de 40 horas por semana, deveria tal vocação ser considerada. Mesmo neste caso, este homem está dando estas 20 horas extras para Deus. Ele não está dando-as para algum empregador que as converterá em lucros para si mesmo e sua corporação. Ninguém em perfeito juizo trabalha 60 horas por semana para outra pessoa, apenas pelo dinheiro. Há maneiras melhores para fazer um dinheirinho: mais produtivas, mais gratificantes e mais rentáveis. Além disso, mais agradáveis a Deus. Nunca dê de bandeja a um empregador o que você deveria estar dando a Deus, especialmente seu tempo. </div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-43900041984987283722015-08-27T18:48:00.005-07:002015-09-06T18:10:33.321-07:00O que constitui a educação cristã?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Por R. J. Rushdoony</i><br />
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No que constitui a educação cristã? Às vezes, escolas Cristãs o são apenas de nome: são escolas humanísticas com a Bíblia adicionada a um curso de estudos humanísticos. É um erro grave assumir, em primeiro lugar, que haja qualquer assunto neutro que pode ser ensinado da mesma forma tanto por escolas Cristãs como por escolas humanistas. Acreditar nisso é negar a total soberania de Deus sobre todas as coisas. Isso significa que existem áreas em que o homem, e não Deus, é o Senhor. Não há nenhuma área de neutralidade em toda a criação. O que nós acreditamos determina a nossa perspectiva em matemática, história, biologia, geologia, arte, educação física, e tudo o mais. O Deus trino é totalmente o criador de todas as coisas e, portanto, totalmente seu Senhor e determinante. Todos os assuntos ou são ensinados a partir de uma perspectiva bíblica, teísta, ou eles são ensinados a partir de uma perspectiva humanista, centrada no homem.<br />
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Em segundo lugar, devemos lembrar que os fatos não são neutros, como Cornelius Van Til tão poderosamente nos ensinou. Antes de haver um fato, há uma fé. A fé interpreta e determina os fatos. Os "fatos" do universo são muito diferentes para um budista, um humanista existencial, e um cristão ortodoxo. Para o budista, tudo é ilusão e miséria; sua fé exige a negação do mundo e da vida. Maya e karma determinam todas as coisas. Para um humanista existencial, "fatos" têm apenas um significado puramente pessoal, o significado que cada um os atribui. Nem o homem nem a criação tem alguma essência, qualquer significado criado e predeterminado. O bem e o mal e todas as outras formas de significado são auto-gerados: são valores que eu atribuo às coisas nos termos da minha vontade. Nada tem qualquer significado advindo do ato criativo de Deus; todo o significado vem do ato criativo do homem.<br />
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No pensamento bíblico, entretanto, cada fato é criado por Deus e por Ele interpretado, de modo que o significado de toda a criação deve ser entendido em termos dEle e de Seu Reino. São Paulo deixa claro aos Coríntios que<br />
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Todavia, a mim mui pouco se me dá de ser julgado por vós, ou por algum juízo humano; nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. Porque em nada me sinto culpado; mas nem por isso me considero justificado, pois quem me julga é o Senhor. (1 Coríntios 4:3,4)<br />
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A palavra que Paulo usa para juiz é anakrino, "examinar, investigar e questionar". Paulo simplesmente diz que ele não tem o direito de examinar, informar-se sobre, investigar, questionar e julgar nada em termos de seus próprios padrões e testes. Da mesma forma, ele não tem respeito por todas e quaisquer julgamentos feitos sobre si mesmo. O único critério para investigação e julgamento é o Senhor e Sua palavra, e mesmo assim o julgamento completo e claro de Deus só será aparente clara e totalmente com o advento do Juízo Final (1 Cor. 4:5).<br />
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A implicação clara aqui e em outros lugares é que todo o estudo e investigação deve ser feito em termos da Palavra de Deus e do fato da soberania de Deus como criador, sustentador e Senhor.<br />
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Em terceiro lugar, não só a fé determina os fatos, mas a fé determina a mente. A filosofia humanística da educação dá prioridade à mente humanista. Intelectualismo é o determinante: é a verdadeira moralidade. Quanto maior o nível de educação humanística, supostamente o maior o nível de caráter moral será. A salvação é, deste modo, vista como a disseminação da educação e do conhecimento humanístico sobre toda a face da terra.<br />
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Para nós, no entanto, a disseminação da educação humanista é a disseminação do pecado e da apostasia. Para nós, a educação é ainda mais desejável do que para os humanistas, mas deve ser a educação piedosa e em termos de todo o conselho de Deus. Verdade para nós não são as ideias, crenças e fatos humanistas, mas Jesus Cristo (João 14:6), e para nós "a verdade tem como objetivo a bondade", e também o conhecimento verdadeiro. Um homem não pode ser santo ou moral fora de Jesus Cristo, nem pode um homem ter verdadeiro conhecimento à parte dEle.<br />
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Isto significa que livros cristãos são uma necessidade. Nós, como cristãos, somos membros de um outro reino, o reino de Deus. Nós vivemos, não em um universo sem sentido, cego, e evoluindo ao acaso, mas em um universo totalmente criado e governado por Deus, o Senhor. Não ousamos conhecer alguém ou alguma coisa fora do Senhor, porque a Seu Senhorio, governo, e propósito são total. Uma matéria na escola que não seja sistematicamente bíblica é um inimigo oculto para a fé. O humanismo não tem lugar em nossos corações, igrejas, casas, ou salas de aula.<br />
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<b>Fonte</b>: <i>Chalcedon Foundation</i>. http://chalcedon.edu/research/articles/what-constitutes-a-christian-education/<br />
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<b>Sobre o autor</b>: Rev. RJ Rushdoony (1916-2001) foi o fundador da Chalcedon e um teólogo eminente, especialista Igreja/Estado, autor de numerosas obras sobre a aplicação da Lei bíblica para a sociedade.</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-58135348609707123072015-08-09T10:00:00.002-07:002015-08-09T10:09:44.263-07:00Taxação Tirânica<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0VlPec6vkGlYRgQvdyihJu3el7r69q-MO-ZI8z02iMPJcxCM3on3TDCpDjgcW95uhg1u-5olTQVqzrvOWxD54EK5SH3fAYevE8fqfztfIihv9md6VVctLTmKYxe4IrYU6afOoFRDWug/s1600/irpf_2013.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="248" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE0VlPec6vkGlYRgQvdyihJu3el7r69q-MO-ZI8z02iMPJcxCM3on3TDCpDjgcW95uhg1u-5olTQVqzrvOWxD54EK5SH3fAYevE8fqfztfIihv9md6VVctLTmKYxe4IrYU6afOoFRDWug/s320/irpf_2013.jpg" width="320" /></a></div>
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<i>Por Gary North</i><br />
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<i>“E tomará o melhor das vossas terras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais, e os dará aos seus servos. E as vossas sementes, e as vossas vinhas dizimará, para dar aos seus oficiais, e aos seus servos. Também os vossos servos, e as vossas servas, e os vossos melhores moços, e os vossos jumentos tomará, e os empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe servireis de servos. Então naquele dia clamareis por causa do vosso rei, que vós houverdes escolhido; mas o Senhor não vos ouvirá naquele dia.” (1Sm 8.14-18)</i><br />
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O princípio teocêntrico aqui é Deus como o rei da sociedade israelita. Ele coletou um dízimo <a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote1sym">α</a> eclesiástico da produção agricultural das terras rurais para o sustento dos levitas. A substituição por um rei demandaria o dízimo de tudo.<br />
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<b><span style="font-size: large;">A. O Desejo de Centralização</span></b></div>
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Os israelitas havia se cansado de serem governados por juízes independentes. O texto não nos diz nada sobre o governo de Samuel desde o dia em que ele levou os israelitas à vitória contra a Filístia até sua velhice, quando ele indicou seus filhos para servir como juízes (1Sm 8.1). “Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele, antes se inclinaram à avareza, e aceitaram suborno, e perverteram o direito. Então todos os anciãos de Israel se congregaram, e vieram a Samuel, a Ramá, E disseram-lhe: Eis que já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora um rei sobre nós, para que ele nos julgue, como o têm todas as nações” (1Sm 8.3-5).<br />
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Os israelitas quiseram imitar as nações à sua volta. Eles quiseram um único governante civil representativo. Eles não quiseram mais um governo descentralizado liderado por juízes. Eles quiseram centralização. Isto era consistente com a história da nação. Eles preferiram uma única voz de autoridade civil. “Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor. E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles. Conforme a todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até ao dia de hoje, a mim me deixaram, e a outros deuses serviram, assim também fazem a ti” (1Sm 8.6-8).<br />
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Deus disse a Samuel para avisá-los do que iria inevitavelmente resultar dessa centralização do poder civil. “Agora, pois, ouve à sua voz, porém protesta-lhes solenemente, e declara-lhes qual será o costume do rei que houver de reinar sobre eles” (1Sm 8.9). Samuel então listou todos os males que viriam sobre eles. Dentre estes estavam taxas [impostos] mais altas.<br />
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<b><span style="font-size: large;">B. Um Dízimo para o Rei</span></b></div>
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O rei iria aumentar os impostos. A nação pagaria a ele a décima part de sua produção (vv. 15, 17), e também seu capital seria confiscado: campos, vinhas, e olivais (v. 14). Isto seria em adição a qualquer coisa que eles estivessem pagando a magistrados civis locais. Eles não se importaram. Os israelitas ainda quiseram um rei. Moisés tinha profetizado isso. “Quando entrares na terra que te dá o Senhor teu Deus, e a possuíres, e nela habitares, e disseres: Porei sobre mim um rei, assim como têm todas as nações que estão em redor de mim...” (Dt 17.14).<br />
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Os israelitas haviam sofrido no Egito por uma tirania política centralizada. O Faraó da do tempo de José extraiu um imposto de renda de 20% (Gn 47.24-26).<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote2sym">1</a> Este foi o juízo de Deus sobre o Egito. Eles adoraram um Faraó que clamava ser divino. Deus levantou José para dar aos egípcios um exemplo de tirania. Eles aprenderiam o que um suposto monarca divino poderia coletar em uma ordem política centralizada. Samuel avisou os israelitas de algo similar. Eles não se importaram. “Porém o povo não quis ouvir a voz de Samuel; e disseram: Não, mas haverá sobre nós um rei. E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras” (1Sm 8.19-20). Eles quiseram um homem para fazer guerra em seu nome. O nome de Deus não foi suficiente. “Então o Senhor disse a Samuel: Dá ouvidos à sua voz, e constitui-lhes rei. Então Samuel disse aos homens de Israel: Volte cada um à sua cidade” (1Sm 8.22).<br />
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O povo estava disposto a pagar a décima parte de sua renda a um rei. Eles estavam dispostos a pagar a um homem muito mais do que eles pagavam aos levitas. O dízimo levítico era a décima parte da produção agrícola. Isto os compensava por não possuir uma herança em propriedades rurais. Membros das outras tribos possuíam mais terra rural do que teria sido o caso se aos levitas não tivesse sido concedido o dízimo. Em contraste, o rei tomaria o dízimo de todos, fossem moradores da cidade ou moradores do campo. Ele tomaria mais do que uma tribo inteira recebia. O sacerdócio era sustentado por um dízimo colocado somente sobre os levitas: um por cento da produção rural de Israel.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote3sym">β</a> O rei tomaria dez por cento. A realeza seria a instituição mais centralizada de Israel.<br />
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Quais benefícios um rei proveria? Liderança em tempo de guerra, respondeu o povo. O que mais? Nada que os juízes já não proviam totalmente. Os juízes proviam justiça civil. Eles proviam isso em uma base descentralizada. As pessoas poderiam se mudar para fora da jurisdição de um juiz caso ele se tornasse corrupto, assim como os filhos de Samuel se tornaram. Eles poderiam votar com seus pés. Eles não poderiam fazer isso quando um rei tomasse o controle do sistema sistema judicial e de sua aplicação.<br />
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Um juiz não poderia criar alianças internacionais baseadas em casamento. O rei poderia. Salomão fez isso mais tarde. As mulheres trouxeram seus deuses estrangeiros à casa do rei (1Rs 11). A Lei Mosaica proibia isto. “Tampouco para si multiplicará mulheres, para que o seu coração não se desvie” (Dt 17.17a).<br />
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Um rei poderia acumular armas de guerra, incluindo cavalos e carros de guerra. A Lei Mosaica proibia isto. “Porém ele não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egito para multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este caminho” (Dt 17.16).<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote4sym">2</a><br />
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O povo não precisava seguir um juiz para uma guerra. Pelo menos três das tribos recusaram a ir quando Débora as chamou para a convocação (Jz 5.16-17). As tribos não poderiam facilmente escapar de uma guerra nacional iniciada por um rei.<br />
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<b><span style="font-size: large;">Conclusão</span></b></div>
<br />
Existe um desejo inato nos homens de ir para a guerra. “De onde vêm as guerras e pelejas entre vós? Porventura não vêm disto, a saber, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam?” (Tg 4.1). Os israelitas quiseram um rei como as outras nações. Ele os levaria à batalha. Eles não ligavam para impostos elevados. Eles não ligavam para as preferências conjugais do rei. Eles quiseram estar aptos a se orgulhar das suas proezas militares nacionais. Para isso, eles precisavam de um rei. Este precisava de impostos. Eles estavam prontos a pagar.<br />
<br />
Para o mundo moderno poder retornar ao nível de impostos do Faraó nos dias de José, governos teriam de cortar taxas e gastos em pelo menos 50% nas nações industriais de menor taxação. Eles precisariam cortar 75% para alcançar o nível de impostos que Samuel alertou contrariamente.<br />
<br />
Eleitores podem reclamar de altos impostos, mas eles não se rebelam. Eles não substituem políticos de altos impostos por políticos de baixos impostos. Eles não percebem que, depois que a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, o mundo entrou numa tirania de impostos. As nações livres são tiranias de impostos em comparação com o antigo Egito ou com qualquer reino antigo. Os eleitores não percebem isto, tão condicionados que estão pela educação financiada por impostos, que canta louvores ao moderno estado de bem-estar bélico-social.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote5sym">γ</a><br />
<br />
Eleitores querem centralização. Eles querem estar orgulhosos de seu principal líder nacional. Deus avaliou esta preferência e atendeu ao pedido. “Mas vós tendes rejeitado hoje a vosso Deus, que vos livrou de todos os vossos males e trabalhos, e lhe tendes falado: Põe um rei sobre nós. Agora, pois, ponde-vos perante o Senhor, pelas vossas tribos e segundo os vossos milhares” (1Sm 10.19).<br />
<br />
A Suíça tem mais longa tradição de liberdade política do que qualquer nação moderna. Ela não tem líder nacional. Tem um presidente rotativo que não possui poder independente e sai após um ano. Não há um chefe de estado. Há uma milícia cidadã descentralizada. A nação permanece neutra em guerras estrangeiras. Ela não começa guerras. É raramente invadida. O último período de não-neutralidade foi sob Napoleão (1798-1815). Hitler decidiu não invadi-la: um custo muito alto, não havia recompensa estratégica, e uma milícia descentralizada para combater nas montanhas, onde todas as pontes e túneis desabrochariam como uma estratégia defensiva. O governo nacional anunciou antecipadamente que qualquer anúncio de rendição pós-invasão deveria ser ignorado.<a href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote6sym">3</a> A nação tem sido um paraíso fiscal. É rica. As únicas pessoas que tem medo da Suíça são os coletores de impostos de outras nações. <br />
<div align="justify" style="margin-bottom: 0in;">
<div style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<b>Traduzido por Willian Souza.<br />Revisado e editado por Matheus Henrique.</b><br />
<div style="line-height: 150%;">
<br class="Apple-interchange-newline" /></div>
<hr align="left" size="1" style="background-color: white; font-family: 'Josefin Sans'; font-size: 17.6000003814697px; line-height: 24.6399993896484px; text-align: left; text-indent: 0px;" width="33%" />
</div>
<div id="sdfootnote1">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote1anc" name="sdfootnote1sym">α</a> N.T.:
Por haver uma semelhança no português entre as palavras “dízimo”
e “dizimar”, que podem assumir sentidos diferentes, alguém
poderia entender este termo como sinônimo de “destruir”. No
entanto, este não é (e não pode ser) o sentido correto do termo
hebraico, que equivale a “décima parte”, “dez por cento”,
ou seja, o sentido comum do uso da palavra “dízimo” no
português. “Dizimará” equivale ao “will take the tithe”,
no inglês, e ao “diezmará”, no espanhol. Conferir: <
<a href="http://lexiconcordance.com/hebrew/6237.html">http://lexiconcordance.com/hebrew/6237.html</a>
>.</div>
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<br /></div>
</div>
<div id="sdfootnote2">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote2anc" name="sdfootnote2sym">1</a> Gary
North, Sovereignty and Dominion: An Economic Commentary on Genesis
{Soberania e Domínio: Um Comentário Econômico em Genesis}
(Dallas, Georgia: Point Five Press, 2012), ch. 35.</div>
</div>
<div id="sdfootnote3">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<br /></div>
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote3anc" name="sdfootnote3sym">β</a> N.T.:
Caso não tenha ficado clara a diferença: (1º) um dízimo era
aplicado sobre a produção rural das tribos como um todo, ou seja,
10% sobre a produção rural (total) de Israel; então, (2º) um
outro dízimo era aplicado sobre a tribo dos levitas, ou seja, 10%
em cima dos primeiros 10%. Este último, portanto, equivale a 1%
sobre a produção agrícola (total) de Israel. Em suma: primeiro um
dízimo sobre as tribos de Israel, sendo que isto iria para os
levitas (porque não herdaram terras); segundo um dízimo sobre os
levitas, sendo que este iria para os sacerdotes. Todas as tribos →
10% → levitas → 10% → sacerdotes.</div>
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<br /></div>
</div>
<div id="sdfootnote4">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote4anc" name="sdfootnote4sym">2</a> Gary
North, Inheritance and Dominion: An Economic Commentary on
Deuteronomy {Herança e Domínio: Um Comentário Econômico em
Deuteronômio}, 2nd ed. (Dallas, Georgia: Point Five Press, [1999]
2012), ch. 42.</div>
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<br /></div>
</div>
<div id="sdfootnote5">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote5anc" name="sdfootnote5sym">γ</a> N.T.:
O autor coloca aqui dois termos semelhantes: “welfare”, que é o
estado de bem-estar (associado a políticas públicas que
caracterizam-no); e “warfare”, que é algo como estado de
guerra, estar em conflito. Fica assim: “modern welfare-warfare
state”. </div>
</div>
<br />
<div id="sdfootnote6">
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<br /></div>
<div align="justify" class="sdfootnote" style="page-break-before: auto;">
<a class="sdfootnotesym" href="https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=4113236119236047181#sdfootnote6anc" name="sdfootnote6sym">3</a> Stephen
P. Halbrook, Target Switzerland: Swiss Armed Neutrality in World War
II {Mirando a Suíça: Neutralidade Armada Suíça na Segunda Guerra
Mundial} (Rockville Centre, New York: Sarpedon, 1998), p. 95. Veja
também seu discurso ao Clube Universitário de Nova Iorque, 21 de
Julho, 1998. (http://bit.ly/SwissWW2)</div>
</div>
</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-83754648614877111022015-01-18T07:37:00.000-08:002015-01-18T07:37:53.055-08:00Sobre o Brasileiro condenado à morte na Indonésia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<style type="text/css">p { margin-bottom: 0.25cm; line-height: 120%; }a:link { }</style>
<br />
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Ontem
foi executado, por um pelotão de fuzilamento da Indonésia, o
brasileiro Marco Acher, acusado de tráfico de drogas. Como é de se
esperar, não faltaram opiniões pipocando pela internet. Algumas
delas partiram de Cristãos professos e seu conteúdo me preocupa um
pouco. Sendo assim, resolvi fazer um breve comentário sobre alguns
posicionamentos comuns quanto ao caso:</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
1) "Sou contra
a pena de morte..."
</div>
<div style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
Aqueles
que condenam o ato do governo indonésio pelo simples fato de serem
contra a pena capital estão raciocinando em desacordo com os
princípios da Escritura Sagrada. Apóstolo São Paulo nos ensina que
devemos submeter "todo o entendimento à obediência de Cristo"
(2 Coríntios 10:5). Desta forma, nossa fé não apenas nos ensina
sobre a salvação, mas, deve nos guiar em todo o nosso raciocínio.
A fé na Revelação divina é o princípio de toda a sabedoria e
conhecimento. É impossível conhecer sem, primeiro, crer. Dito isto,
o Cristão deve, então, se perguntar o que Deus pensa da pena de morte
e, somente depois de obter esta resposta, formular sua opinião e
determinar seus sentimentos quanto ao assunto.
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
À
pergunta “o que a bíblia diz sobre a pena de morte?” deve-se
responder: que ela é legítima de ser aplicada pelo governo civil
em certos casos. Ponto. O Deus que deu a lei no monte Sinai ao
povo de Israel deu-a por completo. Deus-a para governar todos os
assuntos humanos, em todos os locais e em todas as épocas. Assim, a
lei de Deus não apenas refere-se a nós como indivíduos mas,
também, governa e rege as famílias, as igrejas, a cultura, a
economia e, claro, o estado e as punições civis. O primeiro e mais
evidente caso em que Deus requer que o estado puna um criminoso com a
pena de morte é o caso do homicídio, pois assim fora dito a Noé, a
saber, que “q<span style="background: #ffffff;">uem derramar o
sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus
fez o homem conforme a sua imagem.” </span><span style="background: #ffffff;">(Gênesis
9:6). Além disso, falou ao povo de Israel que “</span><span style="background: #ffffff;">se
alguém agir premeditadamente contra o seu próximo, matando-o à
traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra.” </span><span style="background: #ffffff;">(Êxodo
21:14)</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">Quanto
a todas essas evidências, o Cristão moderno, acostumado a responder
emotivamente a questões como esta que nos é posta, dirá que essas
imposições eram apenas para o povo da Antiga Aliança, coisas do
Antigo Testamento, rudimentos da época da lei. Pois bem, se é
assim, isto é, se é verdade que o Novo Testamento anulou as leis
civis do Velho, eu pergunto: o que é que ele pôs em seu lugar? Esta
pergunta é por demais pertinente, porquanto não existe vácuo moral
em assunto algum. Certamente que algum princípio de legitimidade
deve reger, hoje, os governos civis. A pergunta é: qual? Muitos não
sabem responder a esta pergunta. Outros, infelizmente, se apressarão
em responder que o princípio que rege o governo civil no Novo
Testamento é o amor. Dirão, em favor de sua opinião, que Jesus
ensinou isso ao </span><span style="font-style: normal;"><span style="background: #ffffff;">anular
a pena capital para o caso de adultério, pois lemos do apóstolo
João que:</span></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<i><span style="background: #ffffff;">Jesus,
porém, foi para o Monte das Oliveiras. E pela manhã cedo tornou
para o templo, e todo o povo vinha ter com ele, e, assentando-se, os
ensinava. E os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada
em adultério; E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher
foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou
Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes? Isto
diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas
Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra. E, como
insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que
de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra
ela. E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra. Quando ouviram
isto, redargüidos da consciência, saíram um a um, a começar pelos
mais velhos até aos últimos; ficou só Jesus e a mulher que estava
no meio. E, endireitando-se Jesus, e não vendo ninguém mais do que
a mulher, disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?
Ninguém te condenou? E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe
Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais. </span></i><span style="font-style: normal;"><b><span style="background: #ffffff;">(João
8:1-11)</span></b></span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-style: normal;"><span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">Há
muito que se possa dizer sobre este texto. Eu limito-me a argumentar
da seguinte maneira: se Jesus está aqui anulando a lei que punia o
crime de adultério com pena de morte (Deuteronômio 17:7), e, mas, a
está substituindo por outra lei, qual seja, a lei do amor, então
isto inevitavelmente nos leva a um anarquismo, sim, pois, se é
necessário alguém sem pecado algum para infligir uma pena civil e
se crime tão grave como o adultério deveria ser perdoado pelos
magistrados, por que deveria ele condenar crimes menores ou de
gravidade semelhante como o roubo, a agressão física ou o
homicídio? Segue-se, assim, que nenhuma pena pode ser aplicada a
criminoso algum e, portanto, não faz sentido haver governo civil.
Tal absurdo, qualquer crente deve prontamente reconhecer, está em
desacordo com os demais princípios bíblicos que governam o governo,
mesmo princípios do Novo Testamento, pois não lemos São Paulo
dizer que os magistrados civis são ministros do amor e da
misericórdia, mas que ele, o magistrado, é “</span></span></span><span style="background: #ffffff;">vingador
para castigar o que faz o mal.” </span><span style="background: #ffffff;">(Romanos
13:4). O que Jesus estava ensinando no caso da mulher adúltera é,
basicamente, que um julgamento civil deve ser feito com justiça
ilibada em todos os seus detalhes, conforme manda a lei. O julgamento
ali era injusto pois não fora feito conforme manda a lei. Evidência
disso é, por exemplo, a ausência do homem adúltero, pois, afinal,
o adultério fora cometido por ambos. </span>
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">Vimos
assim que não há base exegética para afirmarmos que o Novo
Testamento anula a lei civil que Deus deu por meio de Moisés, ao
contrário, há textos que o confirmam (Romanos 1:32, </span><span style="background: #ffffff;">Mateus
15:4</span><span style="background: #ffffff;">). </span><span style="background: #ffffff;">O
que deve crer, então, o Cristão? Deve crer que a pena de morte é
legítima pois fora instituída por Deus. Deve crer que o governo
civil tem direito e dever de aplicá-la nos casos prescritos pela
lei de Deus. Deve crer que isto, e nada mais, nada menos, é justiça
verdadeira, pois emana dos justos decretos de Deus.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">2)
“..., mas ele sabia das leis daquele país.”</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">Outro
tipo de opinião que observei quanto a este caso é esta: que o
brasileiro Marco Asher conhecia as leis daquele país e, portanto,
sua pena foi justamente aplicada. Tal opinião revela uma crença
mais sutil e, creio, mais perigosa que a anterior. É a crença no
direito do estado como legislador </span><b><span style="background: #ffffff;">absoluto</span></b><span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">.
Os que assim crêem são Cristãos que, baseando-se normalmente em
Romanos 13, concluem que nós devemos aceitar qualquer punição ou
legislação que o estado passar. Assim, se algo foi escrito num
papel e assinado por um magistrado civil, tal é lei legítima e deve
ser obedecido e aceito pelos cidadãos. Esta é uma pressuposição
perigosíssima, pois dá ao estado, quer queriam ou não, poderes
divinos, pois somente Deus é o legislador supremo. As ações do
estado são sujeitas ao julgamento por Deus da mesma maneira que o
são as ações individuais. Leis assinadas pelo estado que não são
prescritas ou autorizadas por Deus devem receber não menos que nosso
ódio e desprezo e devemos fazer de tudo quanto estiver ao nosso
alcance para anulá-las. </span></span>
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">Pense
bem: se devemos aceitar como justa a punição dada pela Indonésia
ao senhor Asher pelo simples fato dele ter conhecimento das leis
daquele país, então deveríamos aceitar como justas as mortes de
judeus e outros povos pelo governo nazista, pelo simples fato de que
estas eram as leis daquele país? As leis alemãs da era nazista
proibiam que qualquer um escondesse um judeu em sua casa. Deveríamos
supor que um cidadão alemão que, sendo preso por ajudar um pobre
judeu em fuga do campo de concentração, teria uma punição </span></span><b><span style="background: #ffffff;">justa</span></b><span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">
porque ele </span></span><b><span style="background: #ffffff;">sabia</span></b><span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">
das leis de seu país? Creio que, pondo as coisas desta maneira, fica
evidente o quão tola é esta opinião. </span></span>
</div>
<div align="justify" style="font-style: normal; font-weight: normal; line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">3</span><span style="background: #ffffff;">)
“ele era traficante, e as drogas que traficavam iriam destruir
famílias.”</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">Que
as drogas destroem famílias, isto é um fato que não se pode negar.
Porém, não se pode negar, também, que o álcool, uma droga lícita
no Brasil e em boa parte do mundo, também destrói famílias. Nem
podemos negar, ainda, que Deus autoriza e abençoa o uso do álcool
pelo eu povo, como fonte de alegria e diversão (Deuteronômio
14:26). Não se pode negar, além disso, que carros, computadores,
sexo e outras coisas mais que Deus criou, ou que o homem desenvolveu
pelo seu intelecto, são também o </span><b><span style="background: #ffffff;">meio
</span></b><span style="font-weight: normal;"><span style="background: #ffffff;">pelo
qual a maldade inata ao homem traz</span></span><span style="background: #ffffff;">
muitos problemas. A questão que deve ser posta aqui é: o estado
tem autorização divina para proibir a circulação e uso de drogas?
A resposta é não. Outra pergunta ainda se faz necessária: mesmo
que o estado tivesse tal autoridade, poderia ele punir com a morte
aqueles que desobedecessem? Também, para esta pergunta, a reposta é
não.</span></div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div align="justify" style="line-height: 100%; margin-bottom: 0cm;">
<span style="background: #ffffff;">O
Cristão é governado, em todas as suas ações e pensamentos pela
lei de Deus. Nós não estamos autorizados a ter opiniões contrárias
ao mandamento sagrado ou, ainda, a raciocinar de forma contrária à
lei. Dito isto, devemos concluir, a respeito somente da punição
aplicada pelo estado indonésio, que ela é injusta, ainda que
possamos abominar o ato que praticou o brasileiro Marco Asher.</span></div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-43662933976640752722014-12-24T12:35:00.002-08:002016-08-13T09:02:08.022-07:00Governos Legítimos<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: center; text-indent: 28.35pt;">
<span style="background-color: white;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: left;">
<span style="background-color: white;"><i>Por Gary North [1]</i></span></div>
<span style="background-color: white;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.6pt; margin-left: 70.9pt; mso-hyphenate: auto; mso-line-height-rule: exactly; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 11pt;"><span style="font-family: inherit;">“Toda a alma
esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha
de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus. Por isso quem resiste
à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si
mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras,
mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás
louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal,
teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador
para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos,
não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também
pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo.<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 15.6pt; margin-left: 70.9pt; mso-hyphenate: auto; mso-line-height-rule: exactly; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<i><span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 11pt;"><span style="font-family: inherit;">Portanto,
dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a
quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Rm 13.1-7, ACF)<o:p></o:p></span></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O
princípio teocêntrico que sustenta esses preceitos é Deus como a suprema
autoridade: hierarquia.<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[2]</span></span><!--[endif]--></span>
No topo da pirâmide do poder institucional está Deus, que delega autoridade aos
homens.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: center; text-indent: 28.35pt;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 16pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><b>A. Autoridades Plurais</b><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Paulo
fala de poderes superiores. A Concordância Strong definiu a palavra grega <i>exousia</i>
como segue: “(no sentido de habilidade); privilégio, i.e. (subj.) força,
capacidade, competência, liberdade, ou (obj.) maestria (concr. magistrado, super-humano, potentado,
símbolo de controle), influência delegada: autoridade, jurisdição, liberdade,
poder, direito, força.”[3] Isto significa, basicamente,
autoridades legítimas.
Existem mais do que uma. Não há hierarquia única nesta vida. Deus criou
jurisdições competitivas com o fim de eliminar a possibilidade de uma tirania
centralizada absoluta. “E o Senhor disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma
mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e agora, não haverá restrição
para tudo o que eles intentarem fazer. Eia, desçamos e confundamos ali a sua
língua, para que não entenda um a língua do outro. Assim o Senhor os espalhou
dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.” (Gn
11.6-8, ACF).<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[4]</span></span><!--[endif]--></span>
Um governo civil nacional ou império nacional sempre tem encontrado competição:
de governos civis estrangeiros, governos civis locais, famílias, grupos
dinásticos, igrejas, associações voluntárias, e negócios.<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[5]</span></span><!--[endif]--></span><span class="ncoradanotaderodap"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Paulo
diz aqui que autoridades legítimas merecem obediência. Ele não diz ou implica
que existe somente uma autoridade institucional legítima que deve ser
obedecida. Em sua confrontação com o sumo sacerdote, ele deixou esse ponto
claro. Mesmo sendo ele um
apóstolo e estando em posse
de autoridade legítima, ele não desafiou deliberadamente o sumo sacerdote. “Mas
o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na
boca. Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui
assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir? E os
que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus? E Paulo disse: Não
sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do
príncipe do teu povo.” (At 23.2-5). Paulo honrou legítimas autoridades. Mas
quando uma autoridade pudesse
ser usada para contrabalançar outra, Paulo as
colocava em competição para ganhar sua liberdade. “E Paulo, sabendo que
uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho: homens
irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu; no tocante à esperança e ressurreição
dos mortos sou julgado. E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus
e saduceus; e a multidão se dividiu.” (At 23.6-7). O partido dos Saduceus, que
negava a ressurreição corporal, estava associado ao sacerdócio do templo. As palavras de Paulo aos Fariseus
imediatamente minaram o poder
de Ananias para processar
Paulo legalmente usando-se da
autoridade do sacerdócio.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Nenhum
poder é estabelecido na terra que não seja estabelecido por Deus. Neste ponto,
Paulo é claro. “Porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades
que há foram ordenadas por Deus” (v. 1). Esta frase inglês[6] - “as potestades que há” - vem ao longo dos séculos sendo
usada para descrever as supremas autoridades numa sociedade. Por consequência,
obediência a elas é biblicamente obrigatório. “Por isso quem resiste à
potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos
a condenação” (v. 2). Porque Deus estabeleceu
autoridades para governar sobre os homens, desses
é requerido, por Deus, que lhas obedeçam.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Paulo
viveu sob o governo de Nero, um tirano sob
todos os aspectos. Mesmo assim, ele escreve: “Porque os magistrados não
são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a
potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para
teu bem” (v. 4). Cristãos devem fazer boas obras, recebendo louvor dos seus
governantes. Deus tem estabelecido governantes em posições de autoridade para
serem um terror aos <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">malfeitores</span>. Deixe
que esses governantes devotem seus esforços para derrotar seus inimigos, não que
procurem cristãos rebeldes para perseguir legalmente.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Existem
governantes que são eles mesmos maus e aliados com homens perversos. Não obstante,
Paulo diz para obedecê-los. O
objetivo dos governantes é defender a ordem social. Todo governo tem regras. Ele
impõe padrões com suas sanções.<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[7]</span></span><!--[endif]--></span>
Muitos governantes civis querem mais autoridade para si mesmos. Eles querem que as coisas andem devagar. Deus colocou na
natureza humana o desejo de viver num mundo previsível. Quanto mais próximas da
retidão as leis civis forem, maior a cooperação voluntária que os governantes
vão ganhar dos seus subordinados. Governantes não podem mandar sem que aqueles
que se subordinam cooperem voluntariamente. Se todos se recusarem a obedecer a
lei, não haverá polícia suficiente para fazê-la
valer. Esse é o
motivo pelo qual governantes punem uma figura representativa. Isso manda uma mensagem ao
público: “Se você não obedecer, e todos os demais obedecerem, nós pegaremos
você.” Mas então vem o dia em que muitas pessoas têm uma chance e
deliberadamente desobedecem a lei. Elas se recusam a cooperar com o governo
civil. Neste dia, a ilusão do estado onipotente termina.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A
igreja primitiva viveu debaixo de uma tirania civil pagã. Roma ordenava a idolatria como um
meio de estender o poder do império. Seu
sistema politeísta de governo civil buscou unidade intercultural pela
divinização do imperador. Mas os cristãos
se recusavam a oferecer sacrifícios públicos
para “o gênio do imperador”, porque entendiam
a teologia dos impérios antigos: a divinização do homem e do estado. Por esta
rebelião, eles foram intermitentemente perseguidos por cerca de três séculos.
Eles não se rebelaram pegando em
armas. Eles meramente se recusavam
a participar numa falsa
adoração. Ao longo do tempo, eles ganharam reputação por serem bons cidadãos e subordinados confiáveis. No
século quatro, eles herdaram o império Romano. Eles serviram sob tirania, e se
tornaram governantes quando essa tirania colapsou no caos da guerra civil e da
bancarrota. Desobediência não-violenta à autoridade civil neste único ponto
eventualmente deu aos
cristãos a autoridade civil.
À parte isto, eles eram obedientes. Este é um princípio bíblico de autoridade, que aquele que quer governar
deve primeiro servir. Jesus disse a seus discípulos, “Os reis dos gentios
dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados
benfeitores. Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o
menor; e quem governa como quem serve.” (Lc 22.25-26).<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[8]</span></span><!--[endif]--></span> Mas há outro princípio de
autoridade bíblica. “Porém, respondendo Pedro e os apóstolos, disseram: Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens.” (At 5.29). Ambos os princípios
devem ser honrados. Ambos os princípios devem ser intelectualmente defendidos
pelos guardadores do pacto. Ambos devem ser honrados pelo rebanho.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: center; text-indent: 28.35pt;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 16pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><b>B. A Legitimidade dos Governos</b><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A
discussão de Paulo sobre autoridades institucionais segue-se após uma passagem
que desafia a vingança pessoal. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai
lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o
Senhor” (Rm 12.19). Se a vingança pessoal é errada, então como Deus traz
vingança na história? Através do governo civil. O texto não diz que vingança é
errado. Diz que Deus possui autoridade final para impor vingança. Ele delegou a autoridade de impor
vingança física a dois
governos: civil e familiar. Pedro concordou com Paulo neste ponto:
“Sujeitai-vos, pois, a toda a ordenação humana por amor do Senhor; quer ao rei,
como superior, quer aos
governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor
dos que fazem o bem. Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo bem, tapeis
a boca à ignorância dos homens insensatos; Como livres, e não tendo a liberdade
por cobertura da malícia, mas como servos de Deus. Honrai a todos. Amai a
fraternidade. Temei a Deus. Honrai ao rei. Vós, servos, sujeitai-vos com todo o
temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus. Porque
é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra
agravos, padecendo injustamente” (1Pe 2.13-19).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Nem
Pedro nem Paulo demandam obediência ao governo civil ao custo da obediência a
outros governos legítimos. De novo, Pedro explicitamente disse aos líderes
judeus, “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29b). Ainda que
tivessem autoridade para castigá-lo, o que fizeram (At 5.40). Ele se submeteu
ao castigo, mas não à sua ordem de parar de pregar o evangelho. Ele
desobedeceu, mas ele se submeteu às sanções por causa da sua desobediência.
Assim também fez Paulo.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">A
questão é: Pedro e Paulo conscientemente agiram dentro do sistema legal romano
existente. Paulo entendia a
lei romana, e como um cidadão romano, a invocou. “Todavia Festo, querendo
comprazer aos judeus, respondendo a Paulo, disse: Queres tu subir a Jerusalém,
e ser lá perante mim julgado acerca destas coisas? Mas Paulo disse: Estou
perante o tribunal de César, onde convém que seja julgado; não fiz agravo algum
aos judeus, como tu muito bem sabes. Se fiz algum agravo, ou cometi alguma
coisa digna de morte, não recuso morrer; mas, se nada há das coisas de que
estes me acusam, ninguém me pode entregar a eles; apelo para César” (At
25.9-11). Suas palavras, “não recuso morrer”, afirmaram a legitimidade do
governo civil, incluindo a pena capital. Mas, ao mesmo tempo, ele apelou para
César para escapar da jurisdição de Festo, que Paulo acreditou que estava
agindo a favor dos judeus. Isso foi consistente com sua afirmação da função
ministerial dos magistrados civis.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O
anarco-capitalista rejeita todas as formas de governo civil. Ele pode apontar
para todo tipo de taxa como uma distorção do livre mercado.<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[9]</span></span><!--[endif]--></span> Ele vê o mercado como
legitimamente autônomo. Mas então vêm os problemas da violência e do pecado.
Como estes podem ser previsivelmente contidos? A resposta bíblica é governo,
incluindo governo civil. Num mundo anarco-capitalista de exércitos privados visando o lucro, o resultado é a
sociedade de senhores da
guerra. Exércitos privados militarmente bem-sucedidos vão sempre procurar por
estabelecer seu mandato monopolista matando a competição, literalmente. Governos
civis sempre reaparecem. Eles são um dos quatro sistemas de governo ordenados
por Deus: governo próprio, governo eclesiástico, governo familiar e governo
civil. Todos os quatro estão selados por um juramento. Todos os quatro envolvem
sanções.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Cristãos
não podem legitimamente adotar o programa libertário de um mundo sem governo civil. O pecado demanda governo
civil e sanções civis. O direito de governantes civis de impor punições físicas
é claramente afirmado por Paulo em Atos 25. Ele afirma em Romanos 13 a
legitimidade do governo civil entre outros governos legítimos. Ele diz que os
governantes são ordenados por Deus como seus ministros. Esta é uma linguagem
forte. Ela invoca autoridade de Deus ao lado do estado. Se Paulo está correto,
então anarco-capitalismo está errado. Não há saída para isso.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: center; text-indent: 28.35pt;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 16pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;"><b>C. Crime versus a Divisão do Trabalho</b><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><span lang="PT-BR">A
ameaça de crime força os homens a alocar recursos econômicos escassos para a
defesa contra criminosos. O estado é a instituição primária de prevenção ao
crime. O estado impõe sanções negativas em criminosos convictos. O objetivo é
encorajar a justiça por meio do medo. “E os juízes inquirirão bem; e eis que,
sendo a testemunha falsa, que testificou falsamente contra seu irmão,
Far-lhe-eis como cuidou fazer a seu irmão; e assim tirarás o mal do meio de ti.
Para que os que ficarem o ouçam e temam, e nunca mais tornem a fazer tal mal no
meio de ti. O teu olho não perdoará; vida por vida, olho por olho, dente por
dente, mão por mão, pé por pé” (Dt 19.18-21).<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[10]</span></span><!--[endif]--></span> O medo aumenta o custo do comportamento criminoso. Como o
economista diz, quando o custo de algo aumenta, </span><span lang="PT-BR">tudo
mais </span><span lang="PT-BR">permanecendo igual, a demanda diminui.<a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftn11" name="_ftnref11" title=""></a><span class="ncoradanotaderodap">[11]</span>
Este é o objetivo de sanções civis negativas: menos crime.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O
gasto com prevenção ao crime reduz a riqueza dos homens. Eles acreditam que
este gasto previne uma redução ainda maior de sua riqueza por culpa de
criminosos. O custo da cooperação é mais custoso para os homens quando o crime
aumenta. Suas vidas e propriedade são menos seguras. Isto faz com que maiores
precauções sejam tomadas sobre a entrada em empreendimentos cooperativos com
pessoas que eles não conhecem bem. Os custos de informação de lidar com estranhos é alto, e algumas
pessoas escolhem não assumir
esses riscos extras. Por causa do pecado, a divisão do trabalho é reduzida.
Atividades de prevenção ao crime são meios de remover risco e aumentar o nível
de cooperação. Autoridades institucionais procuram reduzir o crime pela
imposição de sanções negativas aos transgressores da lei.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Para
maximizar a divisão do trabalho num mundo de pecado, o estado deve impor
sanções negativas somente àqueles que quebram a lei, biblicamente definida.
Pela adição de leis que vão além da Bíblia, ou mesmo contra ela, governantes
civis diminuem a divisão do trabalho. Legisladores e burocratas que vão além da
Bíblia na busca de acabar com atividades ilegais tornam mais cara para as
pessoas a cooperação voluntária para estas alcançarem seus fins. Isto reduz a
divisão do trabalho. Isto por consequência reduz a riqueza das pessoas. O
estado, assim, produz a mesma condição que os criminosos produzem. A diferença é,
bons homens sentem-se justificados em defender a si mesmos contra criminosos.
Eles sentem-se muito menos justificados em defender a si mesmos contra o
estado. O estado predador pode se tornar tão grande ameaça à cooperação social
e econômica quanto a classe criminosa predadora. Em alguns casos, o próprio estado alia-se à classe criminosa.<span class="ncoradanotaderodap"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="ncoradanotaderodap"><span lang="PT-BR" style="font-size: 12pt;">[12]</span></span><!--[endif]--></span><span class="ncoradanotaderodap"><o:p></o:p></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: center; text-indent: 28.35pt;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white; font-size: 16pt; line-height: 150%;"><span style="font-family: inherit;">Conclusão<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Paulo
fala da ilegitimidade da vingança pessoal. Ele não nega a legitimidade da
vingança em si. Ele diz que Deus restringiu a vingança aos governos civis legítimos. O poder civil é encarregado de
conter violência pessoal imprevisível, contendas familiares<a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftn13" name="_ftnref13" title=""></a><span class="ncoradanotaderodap">δ</span>, e guerras de gangues.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">O
livre mercado não é autônomo. É uma extensão do indivíduo ou da família, ambos
os quais operam debaixo da lei civil. O livre mercado está debaixo da lei
civil. Lei civil é pactualmente superior ao livre mercado. O pacto civil
estabelece as condições para o livre mercado modelando o comportamento e
atitudes públicos. Lei civil é aplicada por governantes que são ministros de
Deus. Taxação em si não é roubo, contrariamente a alguns teóricos libertários.
Muitas formas de taxação são roubo, e todos os níveis acima do décimo com certeza são (1Sm 8.15, 17), mas não todas.
Autoridades legítimas têm direito ao
suporte econômico. Taxação suporta o estado.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-indent: 28.35pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;">Paulo
conclama os cristãos a
obedecerem autoridades legítimas. Isso pode significar desafiar uma autoridade
em nome de outra. Autoridades estão em alguma extensão em competição uma com a
outra. Não é ilegal colocar uma contra a outra, como a tática de Paulo em Atos
indica. Liberdade é, às vezes, adquirida pelo uso de uma autoridade para
reduzir o poder de outra. Paulo usou a lei romana para minar o desejo de Festo
de agradar os judeus. Ele legalmente removeu a si mesmo da jurisdição de Festo.
Um sistema legal não deve ser permissão para se tornar monolítico.<o:p></o:p></span></span></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><span style="background-color: white; font-family: inherit;"><br clear="all" />
</span><br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[1]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> NORTH, Gary. <i>Cooperation
and Dominion: An Economic Commentary on Romans, chapter 11</i> (“Cooperação
e Domínio: Um Comentário Econômico em Romanos, capítulo 11”). Dallas: <i>Point Five Press</i>, 2012. Páginas 119 a
126. Disponível em: < </span><span lang="PT-BR"><a href="http://bit.ly/ZW0TNR"><span class="LinkdaInternet">http://bit.ly/ZW0TNR</span></a></span><span lang="PT-BR"> >. (Traduzido por Willian A. S. Souza: </span><span lang="PT-BR"><a href="mailto:willianalexss@hotmail.com"><span class="LinkdaInternet">willianalexss@hotmail.com</span></a></span><span lang="PT-BR">; e revisado por: Matheus Henrique Klem Galvez. Concluída em <span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;">24 de Dezembro de 2014</span>.)<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref2" name="_ftn2" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[2]</span><!--[endif]--></span></a> <i>Ray R. Sutton, That You May Prosper:
Dominion By Covenant</i> (“Para Vocês Prosperarem: Domínio pelo<span style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial;"> Pacto”)</span>, 2ª ed. (Tyler, Texas: <i>Institute for Christian Economics</i>,
[1987] 1992), cp. 2. <span lang="PT-BR">(http://bit.ly/rstymp) Gary North, <i>Unconditional Surrender: God’s Program for
Victory</i> (“Rendição Incondicional: O Programa de Deus para Vitória”), 5ª ed.
</span>(Powder Springs, Georgia: <i>American Vision</i>, [1980] 2010), cp. 2.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="Notaderodap">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref3" name="_ftn3" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[3]</span><!--[endif]--></span></a> N.T.: cf. <span lang="PT-BR"><a href="http://lexiconcordance.com/greek/1849.html"><span class="LinkdaInternet"><span lang="EN-US">http://lexiconcordance.com/greek/1849.html</span></span></a></span><span class="LinkdaInternet"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref4" name="_ftn4" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[4]</span><!--[endif]--></span></a> Gary North<i>, Sovereignty and Dominion: An Economic
Commentary on Genesis</i> (“Soberania e Domínio: Um Comentário Econômico em
Gênesis”) (Dallas, Georgia:<i> Point Five
Press</i>, [1982] 2012), cp. 19. <o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref5" name="_ftn5" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[5]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> Defensores do estado moderno
às vezes clamam jurisdição terrena final por isto: <i>o divino direito do
governo civil</i> – não apelam terrenamente a nada maior. Esse tipo de clamor
foi levado muito mais a serio em 1940 que no final do século XX. O maior nível
alcançado da fé Ocidental nos governos civis está agora atrás de nós. A
inevitável bancarrota dos programas de previdência compulsória de todos os
governos Ocidentais do tipo progressivo e sustentado por impostos vai eliminar
muitos dos traços que restam dessa fé antes de meados do século XXI. Sobre
esses programas estatisticamente arruinados, ver Peter G. Peterson, <i>Gray Dawn: How the Coming Age Wave Will
Transform America— and the World</i> (“Amanhecer Cinzento: Como a Onda da
Próxima Era Vai Transformar a América – e o Mundo”) (Times Books, 1999).<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref6" name="_ftn6" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[6]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> N.T.: O texto é em inglês,
portanto North cita a frase em inglês. Ele discorre sobre a interpretação comum
que se faz dela em sua língua. </span>O original é: “This
English phrase—“the powers that be”—has come down through the centuries to
describe the supreme rulers in a society.”<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn7">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref7" name="_ftn7" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[7]</span><!--[endif]--></span></a> North, <i>Sovereignty and Dominion</i>. (“Soberania e
Domínio”), cps. 3, 4.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn8">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref8" name="_ftn8" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[8]</span><!--[endif]--></span></a> Gary North, <i>Treasure and Dominion: An Economic
Commentary on Luke</i> (“Tesouro e Domínio: Um Comentário Econômico em Lucas”),
2<sup>a</sup> ed. (Dallas, Georgia: <i>Point
Five Press</i>, [2000] 2012), cp. 51.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn9">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref9" name="_ftn9" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[9]</span><!--[endif]--></span></a> Murray N. Rothbard,
<i>Power and Market</i> (“Poder e Mercado”)
(Auburn, Alabama:<i> Mises Institute</i>,
[1970] 2006). <span lang="PT-BR">(http://bit.ly/RothbardPAM)<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn10">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref10" name="_ftn10" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[10]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> Gary North, <i>Inheritance and Dominion: An Economic
Commentary on Deuteronomy</i> (“Herança e Domínio: Um Comentário Econômico em
Deuteronômio”), 2ª ed. (Dallas, Georgia: <i>Point
Five Press</i>, [1999] 2012), ch. 45.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn11">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref11" name="_ftn11" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[11]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> N.T.: Caso não tenha ficado
claro, vamos usar outras palavras: Imagine que você compre bananas e maçãs
regularmente. Se o preço da banana aumentar, e o preço da maçã permanecer o mesmo,
é normal que você compre mais maçãs e menos bananas, assumindo que não haja possibilidade de substituição entre bananas
e maçãs. O custo da banana ficou alto frente ao custo da maçã. O mesmo
vale se substituirmos a banana por “comportamento criminoso” e a maçã por
“comportamento normal”. Havendo punições, o custo de ser um criminoso é muito
alto, então as pessoas acabam por evitar esse tipo de comportamento: menos
crime.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn12">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="background-color: white; font-family: inherit;"><a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref12" name="_ftn12" title=""><span lang="PT-BR"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[12]</span><!--[endif]--></span></a><span lang="PT-BR"> No início dos anos 70,
Alexander Solzhenitsyn, na sua história em vários volumes, <i>The Gulag
Archipelado</i> (“O Arquipélago Gulag”), disse que esse foi o caso por longo
tempo na União Soviética.<o:p></o:p></span></span></div>
</div>
<div id="ftn13">
<div class="Notaderodap" style="mso-hyphenate: auto; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/Willian/Governos%20Leg%C3%ADtimos.docx#_ftnref13" name="_ftn13" title=""><span lang="PT-BR" style="background-color: white;"><span style="font-family: inherit;"><!--[if !supportFootnotes]--><span lang="PT-BR" style="font-size: 10pt;">[13]</span><!--[endif]--></span></span></a><span lang="PT-BR"><span style="background-color: white; font-family: inherit;"> N.T.: O sentido aqui é contenda
familiar / disputa familiar / briga familiar no sentido de um prolongado estado
de hostilidade mútua, tipicamente entre famílias e comunidades, caracterizada
por ataques violentos em resposta a injúrias anteriores.</span><span style="font-family: "times new roman" , serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-72317309883771112172014-12-22T17:58:00.001-08:002014-12-22T17:58:08.010-08:00Restrição<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Por Frédéric Batiat</i><br />
<br />
<span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblText"></span><br />
O Senhor Proibildo[1] (não
fui eu quem lhe arranjou esse nome, foi o Senhor Charles Dupin) dedicava seu
tempo e seu dinheiro a converter em ferro os minerais encontrados em suas
terras. Como a natureza foi mais
dadivosa para os belgas, estes ofereciam ferro aos franceses por um preço mais
interessante que o do Senhor Proibildo. Assim
sendo, todos os franceses, ou a França, podiam obter a quantidade de ferro que
queriam, com menos trabalho, comprando-o lá no país dos honestos belgas. Movidos pelo interesse, ninguém fazia
cerimônia: todos os dias viam-se multidões de negociantes de lojas de ferragem,
ferreiros, lanterneiros, mecânicos, trabalhadores partirem por conta própria ou
através de intermediários, a fim de fazerem suas compras na Bélgica. Isso desagradou muito ao Senhor Proibildo. <br />
<br />
Primeiro lhe veio a ideia
de impedir esse abuso por suas próprias mãos.
Era o mínimo que podia fazer, já que ele era o único prejudicado. Pensou: "Apanho minha carabina, ponho
quatro pistolas na cintura, coloco munição na cartucheira, pego minha espada e,
assim, todo equipado, vou para a fronteira.
Lá, o primeiro ferreiro, dono de loja de ferragem, mecânico ou chaveiro
que passar em busca de negócios com os belgas e não comigo, eu o mato, para ele
aprender a viver". <br />
<br />
Na hora de partir, o Senhor
Proibildo fez algumas reflexões que esfriaram um pouco seu ânimo belicoso. Ele pensou: "Primeiro, não é de jeito
nenhum impossível que os compradores de ferro, meus compatriotas e inimigos,
reajam de maneira diversa e, em vez de se deixarem matar, acabem matando a mim. Depois, mesmo mobilizando todos os meus
empregados, não vamos conseguir vigiar todas as passagens. Enfim, essas providências vão-me custar muito
caro, mais caro do que compensaria o resultado". <br />
<br />
O Senhor Proibildo já ia
tristemente se resignando a ser livre como todo mundo, quando uma ideia
luminosa bateu em sua cabeça. <br />
Lembrou-se de que, em
Paris, existe uma grande fábrica de leis.
Mas o que é uma lei? —
perguntou-se ele. É uma medida, boa ou
má, que, uma vez sancionada, todo mundo tem de obedecer. Para cumprir a dita lei, organiza-se uma
força pública e, para se organizar essa força pública, bebe-se na fonte da
nação dos homens e do dinheiro. <br />
"Se eu conseguisse
que essa grande fábrica parisiense fizesse uma leizinha bem pequenininha,
dizendo: 'O ferro belga está proibido', eu teria os seguintes resultados: o
governo mandaria substituir os poucos rapazes que posso enviar à fronteira por
vinte mil filhos de meus ferreiros, chaveiros, donos de lojas de ferragem,
artesãos, mecânicos e trabalhadores recalcitrantes. Depois, para manter esses vinte mil fiscais
aduaneiros em boa disposição de espírito e de saúde, ser-lhes-iam distribuídos
25 milhões de francos tomados desses ferreiros, donos de loja de ferragem,
artesãos e trabalhadores. A vigilância
seria mais bem feita do que por mim e não me custaria nada. Eu não ficaria exposto à brutalidade dos
revendedores e venderia o ferro pelo meu preço.
Assim, gozaria do doce prazer de ver nosso grande povo vergonhosamente
enganado. Isso ensinaria a esse povo a
proclamar-se continuamente precursor e promotor de todo progresso existente na
Europa. Acho que a ideia é espirituosa e
vale a pena ser tentada."<br />
<br />
E assim o Senhor Proibildo
se dirigiu a fabrica de leis. Numa outra
oportunidade talvez eu possa contar algo sobre suas surdas manobras; hoje só
quero falar de suas atitudes ostensivas.
Dirigindo-se aos Senhores Legisladores, fez-lhes as seguintes
considerações: <br />
"O ferro belga é
vendido na França por dez francos, o que me obriga a vender o meu pelo mesmo
preço. Eu gostaria de comerciá-lo a 15 e
não posso por causa desse maldito ferro belga.
Fabriquem uma lei que diga: 'O ferro belga não entrará mais na França'. Assim, eu poderei logo aumentar de cinco
francos o meu preço, e vejam as consequências:<br />
<br />
— Para cada quintal[2] de
ferro que eu entregar ao povo, em vez de receber dez francos, receberei 15 e
enriquecerei mais depressa; darei mais oportunidades de expansão aos meus
negócios e empregarei mais operários. Meus
operários e eu gastaremos mais dinheiro, com grande vantagem para nossos
comerciantes, até aqueles mais longínquos.
Esses, aumentando a venda de suas mercadorias, farão mais encomendas à
industria e progressivamente a atividade econômica só terá benefícios em todo o
país. Essa preciosa moeda de 100 soldos
que os senhores farão cair no meu cofre, como uma pedra que se joga num lago,
fará irradiar um número infinito de círculos concêntricos. <br />
<br />
Encantados com esse
discurso e com a ideia de que é tão fácil aumentar legislativamente a riqueza
de um povo, os fabricantes de leis votaram a restrição. Para que se fala tanto de trabalho e economia?
diziam eles. Por que usar meios tão
penosos para aumentar a riqueza nacional, se um decreto resolve o problema? <br />
E, com efeito, a lei produziu
todos os efeitos anunciados pelo Senhor Proibildo. Só que ela provocou outros efeitos também,
porquanto, façamos-lhe justiça, ele não tinha desenvolvido um raciocínio falso,
mas incompleto: ao pedir um privilégio, ele assinalou os efeitos que se veem, deixando
na sombra os que não se veem. Ele só
mostrou dois personagens, quando existem três na história. Cabe a nós reparar este esquecimento
involuntário ou premeditado. <br />
<br />
Com efeito, a moeda
desviada assim por caminhos legislativos para o cofre do Senhor Proibildo
constitui-se em uma vantagem para ele e para os que vão ter trabalho estimulado
por ele. Mas se esse decreto tivesse
feito descer da lua essa moeda, esses bons efeitos não seriam contrabalançados
por nenhum mau efeito compensador. Infelizmente
não é da lua que sai a misteriosa moeda de 100 soldos; mas é do bolso do
ferreiro, do negociante de ferragens, do lanterneiro, do trabalhador, do
construtor, em uma palavra, de Jacques Bonhomme, que paga mais hoje, sem
receber um miligrama de ferro a mais do que no tempo em que pagava dez francos. À primeira vista, deve-se perceber que essa
realidade muda bem o aspecto da questão, pois o lucro do Senhor
Proibildo é compensado pelo prejuízo de Jacques Bonhomme, e tudo o que o
Senhor Proibildo poderá fazer com esse dinheiro para o incremento do trabalho
nacional, Jacques Bonhomme o teria feito ele mesmo. A pedra só foi atirada em certo ponto do
lago, porque ela foi legislativamente impedida de ser lançada em outro ponto. <br />
<br />
Portanto, o que não se
vê compensa o que se vê; até
aqui resta, como resíduo da operação, uma injustiça, e, coisa
deplorável, uma injustiça perpetrada pela lei! <br />
<br />
E isso não é tudo. Eu disse que tinha deixado na sombra um
terceiro personagem. É preciso agora
fazê-lo aparecer, a fim de que ele nos revele um segundo prejuízo de
cinco francos. E aí teremos o resultado
da evolução inteira da história. <br />
<br />
Jacques Bonhomme é
possuidor de 15 francos, fruto de seu suor.
Estamos ainda no tempo em que ele era livre. O que faz ele desses seus 15 francos? Compra um artigo da moda por dez francos e,
com esse artigo, paga (ou algum intermediário paga para ele) o quintal de ferro
belga. Sobram cinco francos. É claro que ele não os joga fora no rio, mas
(e é o que não se vê) ele os entrega a um industrial qualquer em troca
de um pequeno prazer, um livreiro, por exemplo, de quem ele compra um exemplar
do Discurso sobre a história universal, de Bossuet. <br />
<br />
Assim, no que se refere ao
incremento do trabalho nacional, a coisa se passa, na medida dos 15
francos, da seguinte maneira: <br />
<br />
- dez francos que vão para
o artigo de moda vindo de Paris; <br />
- cinco francos que vão para a livraria. <br />
<br />
E, quanto a Jacques
Bonhomme, ele obteve com seus 15 francos dois objetos de satisfação, a saber: <br />
<br />
1) quatro arrobas de ferro; <br />
2) um livro. <br />
<br />
Sobrevém o decreto.
<br />
<br />
O que acontece com Jacques
Bonhomme? O que se passa com o trabalho
nacional? <br />
<br />
Ao entregar seus 15
francos, até o último centavo, ao Senhor Proibildo, em troca de quatro arrobas
de ferro, Jacques Bonhomme só tem o prazer de adquirir essas quatro arrobas de
ferro. Ele não pode usufruir do livro ou
de outro objeto qualquer equivalente. Ele
perde cinco francos. Estamos de acordo,
não? E não poderíamos deixar de estar,
pois, quando a restrição aumenta o preço das coisas, o consumidor perde a
diferença. <br />
<br />
Mas, diz-se, o trabalho nacional ganha essa
diferença. <br />
<br />
Não, não é
verdade, pois, desde que o decreto foi editado, o trabalho não é mais
encorajado do que já o era antes, exatamente na medida dos 15 francos. <br />
<br />
Após a edição do decreto,
os 15 francos de Jacques Bonhomme vão exclusivamente para a metalurgia,
enquanto antes eles eram repartidos entre o artigo de moda e a livraria. <br />
<br />
A violência que o Senhor
Proibildo promove por ele mesmo na fronteira ou a que ele fez promover-se pela
lei podem ser julgadas muito diferentemente do ponto de vista moral. Há pessoas que acham que a espoliação perde
toda a sua imoralidade, desde que seja legal.
Quanto a mim, não poderia imaginar uma circunstância mais agravante. Seja como for, o que é certo é que os
resultados econômicos são os mesmos. <br />
<br />
Veja a coisa como
preferir, mas tenha olhos sagazes e você perceberá que não sai nada de bom da
espoliação legal ou ilegal. Não podemos
negar que não tenha havido para o Senhor Proibildo ou para sua indústria ou, se
se quiser, para o trabalho nacional um lucro de cinco francos. Mas nós afirmamos que existem também dois
prejuízos: um para Jacques Bonhomme, que paga 15 francos pelo que ele antes
podia obter por dez; outro para o trabalho nacional, que não recebe a diferença. Faça sua própria escolha dentre os dois
prejuízos, conforme lhe aprouver, para compensar o lucro que nós estamos
admitindo. O prejuízo que não for
escolhido será apenas prejuízo total. <br />
<br />
Moral:
violentar não é produzir, é destruir. Oh! se violentar fosse produzir, nossa França
seria mais rica do que é. <br />
_____________________________________________________________________<br />
<br />
[1] N. do T.- Em francês,
"Monsieur Prohibant": esse irônico termo, usado para designar um
protecionista, foi, como diz Bastiat, cunhado por Charles Dupin, e poderia ser
talvez traduzido por: Senhor Restringidor do Comércio ou Senhor Protecionista. <br />
[2] N. do T.- Antiga unidade de peso, equivalente a
quatro arrobas, ou seja, 58,758 Kg.<br />
<br />
<b>Sobre o texto:</b> retirado da obra <i>Frédéric Bastiat</i>, publicada gratuitamente pelo Instituto Ludwig von Mises Brasil (disponível <a href="http://mises.org.br/Ebook.aspx?id=54" target="_blank">aqui</a>), o texto faz parte do capítulo "O que se vê e o que não se vê", onde o economista francês demonstra, com ironia e objetividade, as falácias até hoje cridas do protecionismo alfandegário.<br />
<br />
<b>Sobre o autor:</b> <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Fr%C3%A9d%C3%A9ric_Bastiat" target="_blank">Claude Frédéric Bastiat</a> (Baiona, 30 de junho de 1801 — Roma, 24 de dezembro de 1850) foi um economista e jornalista francês. A maior parte de sua obra foi escrita durante os anos que antecederam e que imediatamente sucederam a Revolução de 1848. Nessa época, eram grandes as discussões em torno do socialismo, para o qual a França pendia fortemente. Como deputado, teve a oportunidade de se opor vivamente às idéias socialistas, fazendo-o através de seus escritos, vazados em estilo cheio de humor e sátira e de muito agradável leitura.<br />
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-48560880669679044632014-12-04T16:38:00.001-08:002014-12-04T16:38:22.655-08:00Os primeiros Cristãos eram socialistas?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Por Alberto Mansueti</i><br />
<i><br /></i>
São três as passagens mais citadas por gente de esquerda sobre este ponto. Porém, cada uma delas tem sua explicação:<br />
<br />
<b>1 – Jesus expulsou a chicotadas os mercadores do Templo.</b> Sim, mas é preciso ler corretamente os evangelhos: Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 2. Não eram simples “mercadores”; eles comercializavam a religião. A cada festa da Páscoa, vendiam as pombas e animais para os sacrifícios no Templo. E os cambistas trocavam o dinheiro grego e romano dos peregrinos por moedas judaicas, as únicas autorizadas para as oferendas. O templo, “Casa de Oração”, e não de negócios, se encontrava tomado por todo esse ruído e desordem.<br />
<br />
Jesus nada tinha contra o trabalho e o comércio: ele e sua família eram carpinteiros; boa parte de seus discípulos eram pescadores; e suas maiores lições sobre o Reino de Deus são as “parábolas agrícolas”, com vinhas e propriedades, senhores e trabalhadores: nada tinham contra o capitalismo nem a favor do socialismo. O comércio com o sagrado é algo distinto; por isso aquele ato foi o equivalente a hoje expulsar a chicotadas esses pastores que enriquecem com dízimos e ofertas, “promessas” e “pactos”.<br />
<br />
<b>2 – E o “jovem rico”?</b> Leia com atenção Mateus 19, Marcos 10 e Lucas 18. Um camelo não passa pelo buraco de uma agulha; é impossível. Não é como dizem, que “Agulha era o nome de uma porta da cidade”; ou “uma corda, e a palavra se parecia com um camelo”, etc. A pergunta do jovem rico nada tem que ver com riqueza, mas com vida eterna: “Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?” A resposta correta é: nada; porque a salvação é pela graça. “Ao Senhor pertence a salvação”: Salmo 37.39, Isaías 33.22, Jonas 2.9. E o jovem o sabia. Porém, Jesus quis que ele pensasse novamente sobre a questão, por isso repassou com ele os mandamentos; e o jovem respondeu que os observava desde a infância. Então Jesus lhe mandou que desse sua fortuna aos pobres, porém, não para ganhar o mesmo na eternidade com Deus, nem para fazer “justiça social”, mas para desligar-se de seus afãs e negócios, e se tornasse um discípulo: “segue-me”, tal como Mateus.<br />
<br />
A vida eterna com Deus não é algo que alguém faz por merecer cumprindo essa ou aquela regra, como creem os “sinergistas” (pelagianos e semipelagianos católico-romanos, arminianos e evangélicos wesleyanos) e a grande maioria das pessoas. Não é algo que os ricos podem comprar com suas riquezas; nem tampouco “ganhar” dando suas riquezas aos pobres, como dizem (mas não fazem) os socialistas. E o discipulado? Bem, esse é outro assunto: para isso, sim, é necessário deixar muitas coisas, e o jovem não estava pronto. Essas são as duas lições de Jesus ao jovem — e aos discípulos que ali estavam. Quando disse que era mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que alguém entrar por seus méritos na Salvação, os discípulos lhe fizeram outra pergunta: “Sendo assim, quem pode ser salvo?”. Resposta de Jesus: “Isto é impossível aos homens, mas para Deus tudo é possível”.<br />
<br />
<b>3 – No livro de Atos dos Apóstolos se diz que os primeiros cristãos tinham seus “bens em comum”.</b> Lendo bem o contexto se vê que isso ocorreu só em uma das primeiras igrejas: a de Jerusalém, porém não nas outras. E como os cristãos de Jerusalém não podiam manter-se, as outras igrejas lhe fizeram uma coleta: Gálatas 2.10, 1Coríntios 16.1-3, 2Coríntios 8-9, e Romanos 15.25-27.<br />
E por que isso aconteceu? Por duas razões: (1) os primeiros cristãos, quase todos judeus, eram perseguidos pelos demais judeus, em todo lugar, como se lê ao longo de todo o livro de Atos; e em Jerusalém, a capital, a perseguição era mais virulenta. (2) Eles estavam esperando o “Dia do Senhor”, o castigo divino sobre a cidade, por haver ela rejeitado e crucificado o Messias, e perseguido a seus seguidores. No capítulo 24 do Evangelho de Mateus, Jesus profetiza esse terrível dia de juízo, anunciando os sinais que viriam: falsos messias, guerras e rumores de guerras, fome, terremoto e pestes, perseguições e apostasias, e o “abominável da desolação”. Seria a “grande tribulação” que marcaria o fim, não do mundo, mas de uma era: a era judaica; e o começo de outra, a era cristã.<br />
<br />
Esperando o dia de juízo, os cristãos viviam como em um gueto, quase na clandestinidade. Por isso não tinham negócios nem bens próprios; e no ano 70 d.C., quando se cumpriu a profecia de Jesus, e o juízo se abateu com as legiões romanas de Tito, os cristãos fugiram, ou já haviam deixado a cidade. Haviam se mudado, e estavam em diáspora, pregando o evangelho do Reino. A comunhão de bens foi uma medida excepcional, para uma emergência, somente naquela cidade; não é algo que se tome como norma no Novo Testamento. Por isso a coleta. E o casal Ananias e Safira, que mentiu sobre o preço de um terreno, foi condenado por sua mentira, não por resistir ao socialismo.<br />
<br />
Concluindo, por que não se sabe a verdade? Por que essas interpretações corretas da Bíblia não são amplamente divulgadas e conhecidas?<br />
<br />
Porque vão de encontro a crenças muito arraigadas e populares, que as más exegeses apóiam. (1) Não contam como realmente foi o caso dos mercadores expulsos a chicotadas porque isso seria contrariar as negociatas religiosas que são tão comuns a muitos pastores de hoje em dia; por isso fazem concessões em apoio às ideias socialistas. (2) Põem a frase do camelo e o buraco da agulha como favorável ao socialismo, porque esse diálogo, lido da forma correta, não vai contra os ricos, nem contra o capitalismo, mas contra a popular crença católico-romana de que o Céu é um prêmio que se ganha em razão de uma “boa conduta”. (3) E se o caso dos “bens em comum” dos cristãos de Jerusalém fosse lido apropriadamente, seria necessário mencionar a feroz perseguição dos judeus aos cristãos, e o terrível juízo de Deus sobre os judeus e sua cidade sagrada; e isso poderia soar “anti-semita”, e não é “politicamente correto”, entende? Por isso retorcem Mateus 24, para dizer que fala do “Fim do Mundo” vindouro, quando não é o caso. E utilizam o caso de Ananias e Safira para apoiar teses socialistas, quando também não se trata disso.<br />
<br />
<b>Tradução:</b> Márcio Santana Sobrinho<br />
<b>Sobre o autor: </b>Alberto Mansueti é advogado e cientista político.<br />
<b>Site do autor:</b> http://albertomansueti.com/.<br />
<br />
Texto originalmente publicado no jornal boliviano <i>El Día</i>.<br />
<br />
<br />
<div>
<br /></div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-64145553906607036562014-11-28T18:28:00.002-08:002014-11-28T18:28:56.890-08:00Qual é o propósito da cobrança de impostos?<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div style="text-align: justify;">
Na série de podcasts <i>Our Threatened Freedom</i> (Nossa Liberdade Ameaçada), o reverendo Rousas John Rushoony tratou a respeito da cobrança de impostos e de algumas confusões e conceitos enganosos que existem quanto ao seu propósito e função. Abaixo segue o vídeo do podcast e a tradução transcrita.</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/kP2h_b9bIB4" width="420"></iframe>
</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">Qual é o propósito da cobrança de impostos?
Este é R. J. Rushdoony para o periódico "Nossa Liberdade Ameaçada." </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">A maioria de nós, apesar de reclamar dos impostos, raramente duvida dos propósitos [que
levam o governo a cobrar] impostos. A maioria das pessoas diria que que é necessário que se cobre impostos porque há a necessidade de se financiar os vários ramos do governo
civil. Foi isso que nos foi ensinado na escola. E, como outras coisas que nos foram
ensinadas, isto está errado. Pode ser que já tenha sido verdade em algum momento. Porém,
recentemente a situação tem mudado cada vez mais.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">L. L. Fuller, em suas palestras sobre jurisprudência na faculdade de Direito da
Universidade de Yale, publicadas em 1964, nos diz que, mesmo naquela época, o propósito da
cobrança de impostos havia sido distorcido. Os impostos haviam se tornado um meio de
controle social. Eles são usados para controlar os negócios e os ciclos de negócios. A
alocação de recursos econômicos é governada pela cobrança de impostos. As mulheres são
taxadas por meio da alta cobrança de impostos em todos os cosméticos, de forma que uma
parte substancial do que elas pagam para melhorar sua aparência é, [na verdade], um imposto sobre o desejo da mulher de ser bonita. Impostos são usados para identificar apostadores profissionais e para fazer as pessoas pagarem pelo uso do álcool. Viajantes [são] desencorajados pelos altos impostos sobre cada tipo de meio de transporte, seja do custo da gasolina ao preço de um automóvel ou a uma passagem de avião. Impostos são, também, criados por nenhuma razão senão aumentar o poder do governo federal. Nos cobram impostos porque estamos vivos, e também quando morremos, de forma que eu alertei minha esposa recentemente que nenhum de nós dois poderíamos pagar para morrer por enquanto. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">Mas isso não é tudo. O professor Fuller disse a respeito do pagador de impostos: "e ele não pode perguntar a si mesmo qual, então, é a diferença entre um imposto e uma multa. Seu humor quase que de desespero é pouco provável de melhorar, caso ele tenha a infelicidade de descobrir que um famoso juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos costumava insistir que não havia diferença." Em outras palavras: nós estamos sendo multados por estarmos vivos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">Em resumo, cada vez mais o propósito da cobrança de impostos é limitar a auto-determinação. Os impostos funcionam deliberadamente para diminuir sua liberdade. Impostos que iniciaram como um meio de financiar o governo estão sendo usados para limitar nossa liberdade e nossa capacidade de financiar a nós mesmos. É justificável dizer que, se não há diferença entre cobrança de impostos e multa, então a cobrança de impostos se tornou imoral. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;">Assim, por causa desta visão sobre impostos, nós estamos taxando os bons cidadãos e <i>pobres cidadãos*.</i> Estamos multando o sucesso tanto quanto ou ainda mais do que multamos a criminalidade. Há
alguma dúvida sobre o porque de nosso povo ser tão cínico quanto aos políticos e à
política? A maioria dos americanos ama o seu país e gostariam de se orgulhar dele
novamente. Não ter desgosto ou vergonha. O que pode-se esperar, entretanto, quando somos
mais gentis com nossos inimigos do que com nosso próprio povo? Geralmente, parece que o
Governo Federal declarou guerra contra nós, o povo, e a cobrança de impostos é a arma
nuclear
que explode a nós todos. Quanto tempo pode a liberdade sobreviver em tal situação? </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"> Este é R. J. Rushdoony para o periódico "Nossa Liberdade Ameaçada."
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: blue;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
* Tradução incerta. Trecho do vídeo pouco audível.</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-12340708478981408902014-11-14T14:38:00.000-08:002014-11-14T14:38:15.461-08:00Abraão, a Teologia da Prosperidade e o Pietismo<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Pela fé também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber, e deu à luz já fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Por isso também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, e crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.</i><br />
<br />
<b>(Hebreus 11:8-13)</b><br />
<br />
A vida do patriarca Abraão é interessante em diversos aspectos. Um deles é o estranho fato de que o autor do livro neotestamentário de Hebreus afirma que Abraão "habitou na terra da promessa, como em terra alheia," e que eles (os patriarcas) "confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra." Descobriremos que este é um fato estranho se olharmos bem para a questão. Deus havia prometido toda a terra de Canaã (atual Palestina) a Abraão e a seus descendentes. Apesar disso, Abraão passou a vida como um estrangeiro, um peregrino, como alguém que não sabia para onde ir. O curioso disso tudo é que Abraão foi descrito pelo autor de Hebreus como um peregrino na própria terra que fora prometida a ele! Tal fato não deve passar despercebido por nós, Cristãos. Eu creio que esse é um fato que coloca em cheque duas vertentes teológicas desvirtuadas: a teologia da prosperidade e o pietismo.<br />
<br />
Os crentes da teologia da prosperidade afirmam, baseados na riqueza de Abraão, que Deus promete riquezas e bênçãos materiais aos seus servos. Afirmam que Deus deseja tornar os Cristãos prósperos financeiramente. Alguns chegam a afirmar que a pobreza e o sofrimento são sinais de maldição ou falta de fé. Na contra-mão desse pensamento, a doutrina pietista ensina que o Cristão é um peregrino neste mundo e nada tem a ver com ele. Não deve esperar bênçãos materiais, mas sim o sofrimento. Além disso, os crentes não tem qualquer mandamento ou promessa de influenciar o mundo em redor, que é vendido ao pecado e está fadado à apostasia.<br />
<br />
A Bíblia, contrariando as duas vertentes, ensina o pactualismo, doutrina que afirma que Deus ordenou ao homem que domine sobre a terra (Gn. 1:28), estendendo sobre ela sua gerência segundo a lei de Deus, para Sua glória. Para realizar esta tarefa, Deus forneceu ao homem um arcabouço ético e moral, Sua Lei, a qual o homem deve <br />
se submeter se deseja ser fiel ao seu propósito de domínio. Bênçãos, então, alcançam um povo que obedece a lei de Deus, o torna apto a cumprir o pacto de domínio e o torna cabeça entre as nações. Por outro lado, a longo prazo, maldições alcançam os rebeldes, sua memória é extinta da face da terra, e sua riqueza transferida para aqueles fiéis ao Pacto.<br />
<br />
A história de Abraão nega o pietismo, pois Abraão peregrinava na própria terra que sua descendência deveria dominar. Isto indica uma orientação ao futuro, uma clara esperança de que Deus lideraria sua descendência no domínio piedoso daquela terra. Por outro lado, o fato de Abraão ter morrido sem ver isto acontecer, prova que as bênçãos pactuais são a longo prazo, sendo perfeitamente lógico que um crente, ou uma geração de crentes, viva pobre e sofra. O que marca o crente não é seu estado material atual, mas sua fé orientada ao futuro, pavimentando sempre o caminho para o triunfo do domínio do Reino de Deus sobre toda a terra. Foi isto que Daniel viu quando a pedra atingiu a estátua, cresceu, tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira. É isto que Deuteronômio 28 e tantos outros textos bíblicos prometem: prosperidade pactual, capacidade de dominar sobre a terra, usá-la até o fim para glorificar o Criador. Deus não nos chamou para sermos inertes. Antes, nos chamou para sermos ativos, orientados ao futuro, e firmes, crendo que fiel é aquele que prometeu e que, não importa a situação do mundo presente, Ele terá, no tempo certo, o domínio sobre cada tribo, povo, língua e nação. Para uns, pode ser que sua parte nesta história envolva a necessidade de acumulação de riquezas acima da média. Para outros, uma vida comum, sem muito luxo, será suficiente para cumprir sua vocação. Outros, ainda, sofrerão e viverão debaixo de opressão, pobreza, e perseguição. Não há nada de errado nisso. Deus fez o rico e o pobre. O que une todos eles é a fé no futuro, a fé nas promessas do Pacto.</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-57625235591131081602014-09-30T18:06:00.000-07:002014-09-30T18:14:33.880-07:00Política Segundo a Bíblia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoSubtitle">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><b>Introdução</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Política é um tema
sempre recorrente em nossas discussões. É um tema sobre o qual virtualmente
todos nós temos alguma opinião, algumas embasadas, outras meramente
especulativas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Há um pensamento dentro
do Cristianismo que defende uma separação entre assuntos espirituais e
terrenos. Segundo esse pensamento, conhecido de forma genérica como <b>pietismo</b>, a Bíblia descreve e regula o
funcionamento do reino espiritual e da igreja institucional. O crente não
pertenceria a este mundo e, portanto, nada tem a ver com os assuntos seculares,
que significa que não devemos ter esperança alguma em influenciar esses meios.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Outra corrente,
entretanto, defende que, como Cristãos, podemos e devemos influenciar os assuntos
seculares, mas não devemos ter esperança de sucesso. Apesar disso, dizem,
deveríamos influenciar baseando-se numa lei natural comum. A lei civil de
Israel, por exemplo, serviria, no máximo, como um guia para o funcionamento do
estado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Uma terceira posição,
conhecida como <b>teonomia</b>, prega que
não existe neutralidade em nenhuma área do conhecimento e da existência do
homem. A Lei de Deus é o padrão moral imutável e eterno para governar os
assuntos terrenos. Assumir que o reino secular está fora de nosso alcance ou
que devemos influenciá-lo baseado no senso e justiça comuns seria negar o
governo ético da Lei de Deus sobre tudo e sobre todos. Seria dizer que política
é imoral ou amoral. Nenhum dos dois pensamentos estão de acordo com a palavra
de Deus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Sobre o pietismo, R.
C. Sproul Jr. comentou: “Pietismo é uma visão que olha para o mundo mais amplo
como uma questão de extrema insignificância, pois se foca exclusivamente em
tornar a alma individual melhor. Radicalmente individualista e profundamente gnóstico,
o movimento evita o envolvimento político, denigre o exercício do domínio e
algumas vezes faz adições à lei de Deus. Isso, sem dúvida, nunca deveria ser
confundido com piedade, que é algo bom. Piedade é santidade no caráter, um zelo
de crescer em graça e sabedoria, dar muito fruto do Espírito. Porque essas duas
coisas são frequentemente confundidas, não é incomum aqueles mais relaxados na
busca da santidade acusar os mais zelosos de pietismo. De forma semelhante, não
é incomum alguns que são apaixonados em reafirmar os direitos régios do Rei
Jesus, que anseiam em ver o Seu reino reconhecido, desdenhem a busca da piedade
pessoal como uma distração.”[1]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> João Calvino,
reformador francês, afirmou sobre o Cristão ocupar lugares na política: “Onde
quer que os profetas falam do Reino de Cristo, é dito que os reis viriam
adorá-lo e homenageá-lo (Is. 49). Não é dito que eles abandonariam o ofício
para se tornarem cristãos, mas, em vez disso, que na dignidade real, se
sujeitariam à Jesus Cristo como o Soberano Senhor. Davi disse o mesmo e exortou
que eles cumprissem suas funções. Não disse para lançarem fora seus diademas ou
cetros, mas somente para beijar o Filho (Sl 2), isto é, para homenageá-Lo e
serem sujeitos à Ele no governo. Ele fala do Reino de Nosso Salvador Jesus
Cristo e ele manda que todos os reis e superiores sejam sábios. O que é essa
sabedoria? Que lição ele dá? De abrir mão de tudo? Não, mas de temer a Deus e
honrar Seu Filho. Além disso, Isaías profetizou que os reis seriam como aios e
que as rainhas seriam como as suas amas (Is. 49). Eu pergunto, como é possível
dizer que os reis são protetores da Igreja Cristã e, ao mesmo tempo, dizer que
a posição que eles ocupam não condiz com o Cristianismo? Se o Senhor lhes
coloca nessa posição, conforme dizem os profetas, então já provamos nossa
posição. Considerando que Ele deu à eles um lugar tão honroso da comunhão de
Seu povo, de ordenar que sejam protetores de Sua Igreja, que imprudência é essa
de excluí-los?”[2]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O verdadeiro
Cristianismo oriundo da Reforma Protestante defende a soberania de Cristo sobre
o homem todo. As instituições humanas são meramente a ação do homem posta em
prática e, como tais, também estão sujeitas ao governo e ao sonhorio de Jesus
Cristo. O Cristão deve, por causa do Pacto de Domínio (e da Grande Comissão,
onde ele foi reafirmado) lutar por ver o senhorio de Cristo reconhecido em
todas a áreas da vida e das relações sociais humanas. Baseando-se nisso é que
desenvolveremos alguns ensinos bíblicos sobre a política.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoSubtitle" style="text-align: justify;">
<b><a href="https://www.blogger.com/null" name="h.qiq4u6instol"></a></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><b>Estado</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O estado é, segundo
o dicionário Houaiss, o “conjunto das instituições (governo, forças armadas,
funcionalismo público etc.) que controlam e administram uma nação.” O estado é,
em outras palavras, a instituição social que detém o <b>monopólio da coerção</b>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Deter o monopólio da
coeração significa ter a autoridade moral de iniciar o uso de violência para
forçar um indivíduo a agir contra sua vontade. Sendo esta a prática essencial
do estado, é extremamente necessário estudarmos o que diz a Bíblia sobre ele. O
estado deveria existir? Se sim, quais os limites de sua atuação? Ele deve
proibir o quê? Se não, quem cuidará de manter a ordem social? Seria mesmo
necessário ter alguém cuidando da ordem social?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Para que possamos
responder a essas perguntas, precisaremos do auxílio do nosso texto bíblico
principal para esta presente lição: Romanos 13:1-6.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as
autoridades que existem foram por ele instituídas. De modo que aquele que se
opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre
si mesmos condenação.Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o
bem, e sim quando se faz o mal. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem e
terás louvor dela, visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem.
Entretanto, se fizeres o mal, teme; porque não é sem motivo que ela traz a
espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal. É
necessário que lhe estejais sujeitos, não somente por causa do temor da
punição, mas também por dever de consciência. Por esse motivo, também pagais
tributos, porque são ministros de Deus, atendendo, constantemente, a este
serviço.</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Existem diversos textos na Bíblia tratando sobre
política. Creio que este texto paulino é o mais enfático em seu ensino. Vamos
sintetizá-lo em alguns pontos chaves, nos quais vamos focar nesta presente
lição. São eles:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">1. A legitimidade do estado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">2. A descentralização de poder<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">3. A função do estado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">4. A idolatria ao estado<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">5. O estado de bem-estar social<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">1. A
legitimidade do estado</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O apóstolo Paulo é
enfático: “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores.” Com ele
concorda Pedro, que diz “Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do
Senhor, quer seja ao rei, como soberano, quer às autoridades, <b>como enviadas por ele</b>, tanto para
castigo dos malfeitores como para louvor dos que praticam o bem” (1 Pedro
2:13-14). Não há dúvidas bíblicas sobre a legitimidade do poder civil. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Existem filosofias
humanas que pregam que o mundo estaria melhor se não houvesse governo algum.
Tais filosofias são chamadas <b>anarquistas</b>.
O termo <i>anarquia</i> vem do grego e
significa literalmente “ausência de governo”. Existem anarquistas de diversas
correntes. Existem os anarco-comunistas, que preveem uma sociedade sem estado e
sem <b>propriedade privada</b>, vivendo em
comunidades onde todos os meios de produção sejam compartilhados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Existem, também, os
anarco-capitalistas, que prevem uma sociedade onde <b>todas</b> as necessidades sociais seriam providas pelo mercado,
inclusive a <b>aplicação da justiça</b>. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O apóstolo São
Paulo, em sua epístola, e Pedro, na sua, negam firmemente qualquer posição
anarquista. O estado é o ministro de Deus para aplicar Sua lei à sociedade, de
modo a promover a ordem e a cooperação entre os indivíduos. Jesus também
ensinou a legitimidade dos governos humanos. Cito agora dois textos em que o
Senhor nos ensina que a existência de hierarquias civis é legítima. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Dai, pois, a César o que é de César e
a Deus o que é de Deus. </span></i><b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">(Lucas 20:25)</span></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Então, Pilatos o advertiu: Não me
respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te
crucificar Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não
te fosse dada; por isso, quem me entregou a ti maior pecado tem. </span></i><b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">(João
19:10-11)</span></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> A Bíblia por toda
parte ensina que são legítimas as autoridades civis. Se os escritores bíblicos
estão certos, os anarquistas necessariamente estão errados. O governo civil é
uma instituição pós-queda, ou seja, foi instituído após a queda de Adão. A sua
existência deriva-se da necessidade de
refrear o mal e baseia-se, portanto, na maldade inata do ser humano, que é a
doutrina da <b>depravação total</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">2. A descentralização de poder</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Paulo afirma que os
homens devem estar sujeitos às <b>autoridades</b>
superiores. Fala como de muitas, e não de uma só. Isso seria relevante? Sim,
muito. Ao passo que Deus estabeleceu as autoridades civis como legítimas e
necessárias, ele também determinou que não existisse uma única cadeia
hierárquica vertical, mas muitas. Deus estabeleceu a divisão de poder. Gary
North diz que “Deus estabeleceu jurisdições concorrentes para eliminar a
possibilidade de uma tirania central absoluta.”[3]<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Após o dilúvio,
quando Deus julgou a raça humana, os homens novamente inflamaram-se contra Ele
e planejaram estabelecer uma tirania global cujo objetivo era unir a humanidade
e desafiar a soberania de Deus. Planejaram a construção de uma torre
altísssima, capaz de suportar a fúria de um novo dilúvio. Naquela época, os homens
estavam organizados numa estrutura social monolítica. Havia uma só língua e,
provavelmente, um só governo. Para evitar o mal que intentava, lemos em Gênesis
11:6-8 que o Senhor confundiu-lhes as línguas e os espalhou sobre a terra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">E o SENHOR disse: Eis que o povo é
um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá
restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua
linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro. Destarte, o SENHOR os
dispersou dali pela superfície da terra; e cessaram de edificar a cidade. </span></i><b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">(Gênesis
11:1-8)</span></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Os seres humanos são
naturalmente inclinados à corrupção, à maldade (Romanos 3:10). Suas línguas são
naturalmente maledicentes, seus pés naturalmente correm para derramar sangue e
sua vontade natural é de apropriar-se do que é de outrem pela força, e não pelo
trabalho e pela cooperação. Vimos que Deus instituiu o governo como o poder
necessário para frear a maldade do homem e permitir um desenvolvimento social
saudável. Entretanto, como os governos são também formados por homens, eles são
propensos à corrupção e à maldade da mesma maneira que o são os indivíduos. Na
verdade, por serem dotados de grande força (militar) e autoridade, é
extremamente perigoso que homens iníquos tomem o poder. Hitler não teria
conseguido muita coisa se não tivesse alcançado tamanho poder político na
Alemanha do pós-guerra. Sozinho ele não cometeria genocído algum.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Então, para frear a
maldade dos governos é da vontade de Deus a instituição de hierarquias diversas
e concorrentes entre si. Um governo <b>centralizado</b>
é um governo onde todo o poder está concentrado nas mãos de uns poucos
indivíduos, ou de uns poucos grupos de indivíduos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Um governo <b>descentralizado</b>, por outro lado, é um
governo onde o poder é mais local, dividido entre as diversas províncias do
país ou região. Em tese, num governo assim, a função do governo central é mais
representativa do que executiva. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> A divisão de poderes
pode ser vertical, horizontal ou bidirecional. Os estados modernos são baseados
no princípio da divisão de poderes. Existem, em geral, dentro de um mesmo
estado, três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Ambos devem
literalmente concorrer e fiscalizar o outro com vistas à evitar a tirania e
garantir a liberdade. Isto é o que eu chamaria de divisão horizontal. A divisão
vertical é o poder repartido em esperas local, regional e nacional. No nosso
caso, cada um dos três poderes horizontais tem suas representações locais (municípios), regionais
(estados) e nacionais (União).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Seria a divisão de poderes
suficiente para garantir a ordem, a paz e a justiça? Não. Saiba por que na
próxima seção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">3. A função do estado</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> No centro de todos
os debates políticos se encontra uma pergunta fundamental: <b>qual deve ser a função do estado?</b> Como ele deve usar o dinheiro que
arrecada em impostos? Qual a porcentagem de impostos lícita a ser cobrada? Que
tipo de coisas o estado pode obrigar que os cidadãos façam sob ameaça de
punição? Em resumo, qual é a diferença entre tirania e atividade estatal
legítima?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O apóstolo Paulo, ao
descrever a potestade estatal em Romanos 13:1-6, nos dá a resposta de forma bem
clara: o estado é o <b>vingador de Deus</b>.
Nós aprendemos nas lições sobre os dez mandamentos que uma das funções da lei é
a função civil, ou seja, proibições de cunho moral impostas a todos os
habitantes de uma nação pelo próprio Deus a fim de <b>coibir</b> a maldade humana. O estado é, segundo Paulo, “vingador para
castigar o que faz o mal” (ACF). O único que tem autoridade para diferenciar o
bem do mal é o próprio Deus. Deus é, então, o único Legislador. O estado deve
ser apenas um <b>aplicador</b> da lei
(civil) de Deus. Portanto, o governo civil estará pecando se ultrapassar um
centimetro sequer das atribuições que a lei de Deus lhe dá. Também estará pecando
caso abstenha-se de cumprir quaisquer de suas atribuições. A função do estado é
punir os criminosos. A palavra de Deus define quem é e quem não é criminoso,
não o estado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Agora que
estabelecemos de forma sucinta o que é a função da potestade estatal, devemos
estabelecer, também, algumas considerações sobre o que <b>não é</b> função do estado. Estabelecer tais oposições faz-se
necessário pois vivemos numa época de recorrente confusão a respeito do que
deve ou não fazer o estado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> De acordo com Paulo,
o estado deve punir o mal. Somente isso. Nenhuma outra passagem bíblica
acrescenta qualquer direito aos governantes, e os exemplos que temos concorrem
para que entendamos que a função que Paulo nos apresenta é, sim, a única função
legítima do estado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">A primeira função ilegítima geralmente assumida pelos
estados é a função de <b>supremo legislador</b>.
Assim como a Igreja, em assuntos eclesiásticos, somente pode legislar de acordo
com a lei de Deus o estado, em assuntos civis, somente pode legislar <b>conforme</b> a lei de Deus. Hoje, não é
raro encontrarmos situações em que o estado criminaliza ou penaliza atividades
ou comportamentos que jamais deveriam ser criminalizados. Podemos citar:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">a) Economia, com as regulações, controle de preços, salários,
coibição de livre-iniciativa, controle e tarifação de importações e
exportações, monopólio estatal da moeda, etc.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">b) Educação, com toda a imposição de forma e
currículo, além da obrigação de financiamento estatal de educação para todos e
proibição da educação no lar. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">c) Saúde, com dificuldades burocráticas para soluções
privadas e inovadoras, que encarecem os serviços e causam escassez no
fornecimento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">d) Demais atividades, sejam econômicas, com
regulamentações, penalizações e criminalizações em quase todas as áreas da
atividade humana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">e) Comportamento, com a dominação da linguagem e do
pensamento pelo politicamente correto e pela regulação, penalização e
criminalização de comportamentos humanos que a Lei de Deus deixa serem
regulados apenas pela consciência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Para punir o mal, o estado deve tomar, a força,
dinheiro e bens de seus súditos. Tal quantia é chamada de <b>imposto</b>. Os que defendem a anarquia, principalmente os que defendem
a anarquia capitalista, afirmam que qualquer tipo de imposto é roubo. Tal
definição está errada. O imposto cobrado para manter a máquina estatal de
vingança conforme a lei de Deus é não só legítimo como necessário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Apesar de um certo nível de taxação ser necessário e
legítimo, existem usos que o estado moderno faz do dinheiro que arrecada que
são imorais e ilegítimos. Um exemplo de uso ilícito do erário público é a redistribuição
de riqueza, de qualquer gênero e espécie. O estado não tem função de fazer
caridade ou de doar nada a alguém. A razão disso é uma: o estado arrecada seu
dinheiro pela coerção. As mazelas sociais, o cuidado com os doentes,
moribundos, órfãos e viúvas deve ser responsabilidade dos cidadãos, usando
dinheiro adquirido da geração de riqueza de forma legítima. Além disso, a
Igreja é a grande instituição que tem a responsabilidade maior para com os
pobres. O estado deve ser isonômico. Deve prover justiça, apenas, e de forma
igual para todos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Uma terceira e última atribuição estatal que é
ilegítima é o estado ser instrumento de <b>transformação
social</b>. Hoje, é notório que a sociedade acredita, em maior ou menor grau,
que leis possam, de alguma forma, transformar o caráter do homem. Políticos
lotam palanques com suas demagogias e preocupações a respeito de diversos
assuntos sobre os quais eles nadam podem fazer. É daí que surgem, por exemplo,
as pesadas regulações e impostos sobre o álcool e sobre o cigarro. Pensa-se que
ao regulamentar comportamentos específicos do ser humano estarão produzindo
pessoas melhores. Os legisladores se veem, assim, como verdadeiros engenheiros
sociais, e nós somos a massa que eles desejam moldar. Em resumo, tal visão
entende o estado como um Redentor. Além de ilegítima, esta filosofia é
blasfema. Cristo é o único e suficiente Senhor e Salvador dos homens. Toda
mudança social que precisa passar por uma transformação no coração humano está,
por definição, fora do campo de ação estatal.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">3.1. A idolatria ao estado</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Por que Deus limita
as funções do estado? Pelo mesmo motivo que ele limita as ações dos indivíduos
pela lei civil: por causa do pecado. A natureza do homem pecador é sempre
inclinada para o mal. Paulo deixa esta verdade bem clara nos primeiros
capítulos da epístola de Romanos. O homem, quando alcança o poder e tem a sua
disposição meios de coerção para impor suas vontades aos demais, precisa ser
duplamente vigiado. Vimos que uma das formas de impedir que o estado abuse do
poder é a divisão de poderes. Paulo age conforme este princípio quando apela
para César em seu julgamento, tentando evitar a jurisdição de Festo (Atos
25:9-11). Além disso, ele fala, em Romanos 13, de “muitas” autoridades. A
divisão de poder evita a concentração tirânica de poder.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Embora ajude, a
divisão de poder não é suficiente. De nada adianta dividir o poder e embriagar
a sociedade de uma doutrina estatista. Os impérios mais tirânicos e
intervencionistas do mundo são as democracias modernas. E por quê? Porque o
povo é idólatra. Perdeu a fé em Deus como sustentador e mantenedor de todas as
coisas. Ato contínuo, despejou essa fé no estado, que prontamente assumiu o
posto. Hoje deseja-se mais do que nunca um estado inchado, cheio de gastos, provedor de tudo, cuidador dos
pobres e necessitados, redistribuidor de renda, etc. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Os governos arrogam-se, também, o direito de regular
virtualmente qualquer aspecto da vida do cidadão. Legislam completamente livres
da submissão à lei de Deus. Se a maioria de um parlamento, por exemplo, não
gosta que os produtores de gasolina vendam seu produto acima de um determinado
preço, basta fazer uma lei que os proíba de fazê-lo. Se não gostam que um
determinado grupo faça, fale ou aja de determinada maneira, basta fazer uma lei
e regulamentar a situação. Precisamos entender que isto é tirania, e é assim
que agem os estados de hoje. Tal tipo de intervencionismo e estado gigante são
desastrosos para a economia. Mas não só isso. São igualmente imorais. É o
estado assumindo o papel de Deus. Diante de tudo isso, concluí-se que, se o
estado quiser moldar-se aos padrões divinos, ele deve ser um <b>estado mínimo</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Outra forma moderna de usurpação estatal do papel de
Deus são os <b>impostos</b>. Vimos
anteriormente que a taxação não é necessariamente imoral. Entretanto, a maior
parte da cobrança de impostos no mundo moderno é. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Disse o SENHOR a Samuel: Atende à voz
do povo em tudo quanto te diz, pois não te rejeitou a ti, mas a mim, para eu
não reinar sobre ele. Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o tirei
do Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também
o faz a ti. Agora, pois, atende à sua voz, porém adverte-o solenemente e
explica-lhe qual será o direito do rei que houver de reinar sobre ele. Referiu
Samuel todas as palavras do SENHOR ao povo, que lhe pedia um rei, e disse: Este
será o direito do rei que houver de reinar sobre vós: ele tomará os vossos
filhos e os empregará no serviço dos seus carros e como seus cavaleiros, para
que corram adiante deles; e os porá uns por capitães de mil e capitães de
cinqüenta; outros para lavrarem os seus campos e ceifarem as suas messes; e
outros para fabricarem suas armas de guerra e o aparelhamento de seus carros.
Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará o
melhor das vossas lavouras, e das vossas vinhas, e dos vossos olivais e o dará
aos seus servidores. As vossas sementeiras e as vossas vinhas dizimará, para
dar aos seus oficiais e aos seus servidores. Também tomará os vossos servos, e
as vossas servas, e os vossos melhores jovens, e os vossos jumentos e os
empregará no seu trabalho. Dizimará o vosso rebanho, e vós lhe sereis por servos. Então, naquele dia, clamareis por
causa do vosso rei que houverdes escolhido; mas o SENHOR não vos ouvirá naquele
dia. </span></i><b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">(1 Samuel 8:7-18)</span></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> O sistema de Israel
pré-monarquia, estabelecido por Deus, era um sistema de juízes, divido em
tribos, com governos mínimos locais. Era o desejo de Deus uma sociedade
descentralizada. 1 Samuel 8:7-18 é um alerta de Deus a respeito do que a
centralização de poder acarretaria: opressão. Os israelitas, entretanto, não
ouviram este alerta.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Uma das
características de um governo central monárquico, segundo a descrição divina,
seria a cobrança da décima parte da produção em impostos (vs. 15-17). Era um
dízimo. Era o mesmo que o próprio Deus cobrava. Era um valor altíssimo,
conforme o texto deixa claro. Concluímos, portanto, que qualquer valor acima
disso é imoral. É tirânico. É uma usurpação do governo divino sobre a terra. O
Brasil, hoje, cobra quase 34.8% de impostos [4]. Se 10% é o limiar da tirania,
o que 34% representariam?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">4. O estado de bem-estar social</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Podemos caracterizar
praticamente todos os estados do Ocidente hoje como estados assistencialistas,
em maior ou menor grau. Outro termo utillizado para designar o estado
assistencialista é o termo “estado de bem-estar social”. A entrada do estado na
economia e no fornecimento de serviços gratuitos ao cidadão foi o sinal do
avanço da idolatria estatal no Ocidente no século XX. Acirrou-se na década de
30, após a grande crise econômica de 1929. Basicamente, o estado de bem-estar
social é um estado com altíssima taxa de gastos (mais do que de arrecadamento
em virtualmente todos os casos) e que teoricamente usa este dinheiro em obras
gigantescas, criação de empresas públicas, investimentos em saúde, educação,
transporte público, previdência social e uma infinidade de outros gastos além
daqueles legitimamente instituídos por Deus para a aplicação da justiça.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Como resultado de
tais políticas socialistas, o estado interfere demais na economia, cria <b>monopólitos</b> autoritários (dificuldades
ou proibições do setor privado agir nos setores onde o estado atua), etc. Assim,
desta interferência, um fardo maior é colocado sobre o setor produtivo da
sociedade (ele é espoliado pelos impostos) e menos recursos são investidos pela
iniciativa privada em setores onde os recursos são mais urgentemente
necessários. A produção decresce e, como consequência inevitável, o bem-estar
geral também. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> Crer que o estado
pode fornecer bem-estar por si mesmo é idolatria, pois o estado literalmente
não produz riqueza alguma, ele apenas <b>devora</b>.
Basicamente, é uma política de gastos desenfreados subsidiados por altos
impostos e impressão de dinheiro literalmente do nada (fraude) para pagar as
contas. O resultado de tal política irresponsável, que tem sido levada a cabo
há quase um século nos países ocidentais, não tardará em vir. Crises e mais
crises econômicas se seguirão como o inevitável julgamento divino por tal
idolatria.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">5. Rebelião </span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Diante de tamanhas afrontas do estado moderno à Deus e
à Sua soberania resta ainda um ponto a discutir: <b>o que fazer? </b>Deveriam os Cristãos se rebelarem? Deveriam aqueles
que prezam suas liberdades individuais se revoltarem contra a potestade?
Biblicamente a resposta é não. Paulo diz que “aquele que se opõe à autoridade
resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos
condenação.” O apóstolo não poderia ser mais claro. Não há fundamento bíblico
para que os cidadãos se armem e resistam ao poder do Estado. Por pior que possa
ser a tirania, devemos evitar confronto direto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">O exemplo da igreja primitiva é revelador e
extremamente pedagógico. Paulo escreveu sua carta aos Cristãos de Roma, capital
do Império Romano, sede da maior tirania da época. Roma perseguia ferozmente os
Cristãos. Perseguiu-os assim por praticamente três longos séculos. Não
obstante, Paulo escreve aos crentes em Roma que obedeçam às autoridades. O
ensino neotestamentário é o ensino da submissão e não o ensino da rebelião. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">É necessário, porém, que façamos uma breve observação
aqui. A submissão preconizada por Paulo e pelos demais escritores bíblicos é
uma submissão física, civil. Em nenhum momento a Bíblia prescreve que
submetamos nossa <b>consciência</b> ao
poder estatal. E por quê? Porque a consciência é uma das quatro esferas
bíblicas de autoridade na sociedade e essas esferas não devem tomar para si
autoridade sobre nenhuma outra. Assim, a Igreja não se submete ao estado, nem o
estado à Igreja. A família não se submete à Igreja, nem a Igreja à família. A
família não se submete ao estado e, além disso, a consciência individual não
pode se submeter coercitivamente e totalmente ao controle de nenhuma dessas
esferas de poder. Todas as quatro, porém, são responsáveis a Deus. Devem
obediência e submissão a Ele. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">O fato de nossa consciência ser livre nos permite
discordar de eventuais desmandos estatais. Devemos concordar e apoiar o estado
somente até o ponto em que Ele esteja agindo legitimamente como ministro de
Deus. Além disso, leis espúrias, inúteis e anti-bíblicas, cuja a desobediência
em privado não trouxer qualquer perigo de resistência física ao estado, em
princípio, não precisam ser obedecidas. Não precisamos temer o estado em secreto,
como precisamos temer a Deus. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<i><span lang="PT-BR" style="color: #666666; font-family: "Trebuchet MS","sans-serif"; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Trebuchet MS"; mso-fareast-font-family: "Trebuchet MS";">6. Conclusão</span></i><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"> É vital para a
sobrevivência do mundo ocidental que a Igreja lute contra a idolatria ao Baal
moderno, o estado. A cada dois anos, por exemplo, vemos em nosso país um
verdadeiro show de promessas enganosas e mentirosas. São políticos que, para
ganhar seu quinhão no governo, prometem toda sorte de benesses aos cidadãos
que, ludibriados pela filosofia do estatismo, acreditam, desejam e mesmo exigem
que o estado seja o seu deus provedor. Esta mentalidade precisa ser mudada. As
expectativas do povo quanto ao governo devem ser literalmente as menores
possíveis. O povo de confiar mais na iniciativa do trabalho duro e da produção
de riqueza pela iniciativa privada e menos nas promessas enganosas de
prosperidade fácil do governo. Deus deve ser seu provedor, não o estado. Somente
assim, através de uma gradual deslegitimação do poder estatal, conseguiremos a
verdadeira liberdade e, de acordo com a lei de Deus, a verdadeira prosperidade.
Gradativamente, quando o povo perder a confiança em Baal, Baal perderá sua influência
sobre o povo. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<b><i>Por Matheus Henrique.</i></b><br />
<b><i><br /></i></b>
<i>Texto ministrado na Escola Dominical da Congregação Presbiteriana de Heliópolis, Belford Roxo, RJ.</i><br />
<br />
<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">Referências</span></b><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">[1] - R. C. Sproul. <i>O Que é Pietismo?</i>. Disponível em </span><a href="http://zip.net/bqpr9p"><span lang="PT-BR" style="color: #1155cc; line-height: 115%;">http://zip.net/bqpr9p</span></a><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">[2] - João Calvino. <i>Uma pequena
instrução para armar todos os bons cristãos contra os pestíferos erros da seita
dos anabatistas</i>. Disponível em </span><a href="http://zip.net/bxpsts"><span lang="PT-BR" style="color: #1155cc; line-height: 115%;">http://zip.net/bxpsts</span></a><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">[3] - Gary North. <i>Cooperation and
Dominion: An Economic Commentary on Romans </i>(Cooperação e Domínio: Um
Comentário de Economia em Romanos). Disponível em </span><a href="http://zip.net/brpsTW"><span lang="PT-BR" style="color: #1155cc; line-height: 115%;">http://zip.net/brpsTW</span></a><span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">. <o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%;">[4] - Heritage Foundation. Dado referente aos impostos arrecadados como
porcentagem do PIB. </span><span style="line-height: 115%;">Disponível em </span><a href="http://zip.net/bqpwqt"><span style="color: #1155cc; line-height: 115%;">http://zip.net/bqpwqt</span></a><span style="line-height: 115%;">. <span style="font-size: 9pt;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-30567529455630799632014-09-19T17:54:00.001-07:002014-09-20T12:03:09.809-07:00Governo e Economia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicP-a9Uo-LhQIeVwKw3baT8VS8HUwPpdhDjJiaPCfzs0IxhByfKneg5TuCoe4VvZE1OE1LQnC_RkjYvN44PPuNNHVsattHuHUqq8kxyRPnrY9pEp1SUTC6wzH4rFT3WS5qZuKIH8fJFx0/s1600/leviata+de+Hobbe.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicP-a9Uo-LhQIeVwKw3baT8VS8HUwPpdhDjJiaPCfzs0IxhByfKneg5TuCoe4VvZE1OE1LQnC_RkjYvN44PPuNNHVsattHuHUqq8kxyRPnrY9pEp1SUTC6wzH4rFT3WS5qZuKIH8fJFx0/s1600/leviata+de+Hobbe.jpg" height="225" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Leviatã, de Thomas Hobbes</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
É uma verdade patente a todos que o governo brasileiro intervém <b>maciçamente</b> na economia. Não só isso, mas a própria cultura nacional é construída de forma que o brasileiro, desde muito cedo, aprende a ver o governo como uma espécie de Messias salvador, como aquele que tem a responsabilidade de solucionar todos os problemas sociais e de garantir uma vida digna a todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O fenômeno estatista não é observado com exclusividade em terras tupiniquins. De fato, é um fenômeno mundial, e de natureza essencialmente religiosa. Não trataremos de suas origens neste artigo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O governo é, segundo Mises, o aparato social de coerção e compulsão. Sua função, de acordo com São Paulo, é ser um ministro vingador de Deus, aquele que detém o poder da espada (uso da força) para punir criminosos (Romanos 13:1-6). O estado não é uma empresa. Não fornece nenhum serviço sujeito à vontade soberana do consumidor. O estado existe e atua independentemente de nossa vontade e, mais do que isso, o estado tira sua receita através da força bruta. Nós não pagamos impostos voluntariamente ao estado. Pagamos porque somos obrigados a pagar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Grande parte da sociedade em geral, e dos economistas em particular, acredita que, em tempos de crise, o estado deve entrar na economia para estimular a demanda. O arcabouço intelectual que sustenta esta crença é a doutrina Keynesiana, que tem seu nome emprestado do economista britânico John Maynard Keynes. Após a grande crise de 1929, Keynes postulou que, em vista do altíssimo e crescente desemprego e do esfriamento da atividade econômica, era necessário que o estado investisse em obras públicas e outras benesses com o objetivo de estimular a demanda. Assim, pensava Keynes, o estado estaria ativando a economia, visto que com mais demanda, mais investimentos seriam gerados e mais empregos, por consequência, seriam criados.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta teoria espalhou-se por todo o mundo Ocidental e pôs fim à era dourada do liberalismo econômico do século XIX. O Leviatã, agora, acordara e voltara à ativa. Os anos 30 do século XX viram o tamanho do estado aumentar de forma nunca antes vista. Criava-se, assim, o estado de bem-estar social. A euforia tomava conta da sociedade, afinal, tudo estaria bem com o estado sustentando a economia e cuidando cada vez mais das necessidades dos cidadãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar dos efeitos iniciais aparentemente benéficos, os economistas austríacos[1] sempre alertaram para o resultado da intervenção a longo prazo. Seu alerta deriva-se do postulado misesiano da ação humana. Para entendermos minimamente o motivo pelo qual a ação do estado na economia não é benéfica e, a longo prazo, é destruidora, precisamos entender esse postulado.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O Postulado da Ação Humana</b> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ludwig von Mises (1881-1973) postulou o seguinte:<i> o homem age</i>. Inicialmente, este postulado pode ser bem óbvio e simples. No entanto, ele tem consequências importantíssimas para a economia. A ciência econômica só pode ser corretamente entendida pelo postulado de Mises. De outro modo, tudo que teremos serão falsas teorias e, como consequências, políticas econômicas desastrosas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando dizemos que o homem age, significamos o seguinte: o homem prefere uma coisa à outra, como forma de satisfazer algum propósito. Este postulado é uma verdade <i>a priori</i>, ou seja, não necessita da experiência para prová-la. Na verdade, a experiência não pode negá-la jamais. É uma verdade fundamental do homem, a respeito de sua estrutura natural. É como as verdades matemáticas, que são todas derivadas da estrutura lógica da mente humana. Quando Gottfried Leibniz desenvolveu o conceito de integral, não era necessário ir a um laboratório e verificar experimentalmente aquele fato, como foi para Newton demonstrar suas leis da mecânica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Negar o postulado da ação humana é uma tarefa impossível. Negar algo implica numa ação, o que por sua vez já demonstra a validade do teorema. Também devemos ter em mente que o postulado não depende da psicologia. Basta a nós a verdade de que os homens agem com um propósito de reduzir ou evitar algum desconforto. Os motivos da mente que levam os homens ou grupos de homem a agirem de determinada maneira não importam à ciência econômica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Corolário: Relação Custo-Demanda</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um corolário importante do postulado da ação humana é a simples, contudo importante, lei da economia que diz que <i>a demanda por algo é proporcional ao seu custo</i>. Se o custo para alguém tomar uma decisão qualquer aumenta num dado espaço de tempo, o número de indivíduos que terão o propósito daquela ação em valor mais alto do que o novo custo será menor. Assim, menos pessoas atuarão daquela maneira. Este é exatamente o propósito da lei civil, e tal lei está de acordo com a determinação divina da punição aos criminosos.</div>
<br />
<div style="background: none repeat scroll 0% 0% white; left: -99999px; position: absolute;">
<i>O
homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao
sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz,
esse homem morrerá; e tirarás o mal de Israel;<br /> Para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.<br /><br /><a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/dt/17/12-13">Deuteronômio 17:12-13</a></i></div>
<div style="text-align: center;">
<i>O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Senhor teu Deus, nem ao juiz, esse homem morrerá; e tirarás o mal de Israel; para que todo o povo o ouça, e tema, e nunca mais se ensoberbeça.</i><b> </b></div>
<div style="text-align: center;">
<b>(Deuteronômio 17:12-13)</b></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal.</i><b>(Romanos 13:3-4)</b> </div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Este corolário é especialmente importante para entendermos o motivo da intervenção governamental na economia ser prejudicial em todos os aspectos, conquanto possa parecer benéfica em primeira instância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>A Falácia da Janela Quebrada</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que significa dizer que o governo interviu na economia? Significa que ele injetou dinheiro investindo em obras ou projetos que gerem algum tipo de demanda. O que precisamos nos perguntar, entretanto, é: de onde vem este dinheiro? E a resposta é: do mesmo lugar de onde o governo tira seu dinheiro, ou seja, de impostos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<b> </b></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando entendemos que o dinheiro que o governo "investe" na economia é tomado a força de seus cidadãos, então podemos ver a razão de chamarmos esta intervenção de falácia da janela quebrada. A validade desta doutrina é a mesma validade da afirmação de que quebrar janelas em um bairro pode ser bom para a economia local, pois estimulará a industria a produzir mais vidros. Isto é o que se vê. O que se não vê é o fato de que o dinheiro que foi gasto na compra de janelas foi drenado de outros gastos que estavam mais de acordo com os desejos e planos dos moradores locais. Ou seja, todos se tornaram relativamente mais pobres, porque menos pôde ser gasto para satisfação de seus desejos. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O mesmo podemos dizer de guerras. Guerras destroem, não criam. Numa guerra, um povo precisa se preocupar com necessidades que, em tempos de paz e prosperidade, estariam longe de suas mentes. Se vêem obrigados a gastar de forma que, caso houvesse paz, não gastariam. Em outras palavras, estão mais pobres. A situação é análoga a de um lugar com muita violência.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Note que todas estas conclusões foram tiradas de um só lugar: o postulado da ação humana. Fica mais fácil agora entender sua importância.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Tipos de Imposto</b></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
As conclusões acima sobre a intervenção do governo, alguns dizem, só são válidas em alguns casos, e dependem de como e quanto o governo gasta. Vamos demonstrar aqui que isto não é verdade.<br />
<br />
Muitos economistas adeptos de doutrinas intervencionistas pregam que tais efeitos negativos serão visíveis se o estado tirar toda ou grande parte de sua receita através da taxação incidente sobre os bens de consumo. Isto, argumentam eles, não pode aquecer a economia de forma alguma visto que, embora a intervenção governamental possa estimular a demanda por um lado, ela a onera por outro, ao taxar os consumidores.<br />
<br />
Na verdade, a espoliação estatal do dinheiro do consumidor e a consequente drenagem deste dinheiro para os "investimentos" estatais acaba estimulando o consumo. O grande problema é que este dinheiro não está sendo usado para satisfazer as necessidades dos consumidores, embora a mensagem que o governo passe ao "investi-lo" é exatamente esta. Em tempos de crise, então, quando um governo toma dinheiro dos consumidores e o consome totalmente, o que ocorre é mais distorção da relação consumo-investimento, e menos satisfação dos desejos dos consumidores. Assim, mais erros foram introduzidos no sistema econômico, e não a solução. Murray Rothbard explica porque tais "investimentos" na verdade não são investimentos:<br />
<blockquote class="tr_bq">
<br />
Em anos recentes, particularmente na literatura sobre os "países subdesenvolvidos," tem havido um grande volume de discussões sobre "investimentos" governamentais. Entretanto, tal investimento não pode existir. "Investimento" é definido como um gasto feito não para a satisfação direta daquele que o fez, mas de outros, os consumidores finais. Máquinas são produzidas não para satisfazer o empreendedor, mas para servir os consumidores finais, que, em troca, remuneram o empreendedor. Mas o governo adquire seus fundos tomando-os à força dos indivíduos; o gasto dos fundos, portanto, gratifica os desejos dos oficiais do governo. Oficiais do governo forçosamente deslocaram a produção da satisfação do desejo dos próprios consumidores para a satisfação deles próprios; seus gastos são, portanto, puro consumo e não podem jamais ser chamados de "investimento." [2]</blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O problema torna-se pior dada a sugestão que o estado taxe os mais ricos, suas propriedades e fortunas, e não os mais pobres. Entretanto, essa sugestão não considera propriamente o postulado da ação humana. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O que move uma economia é a acumulação de capital: é poupar no presente para investir no futuro. É por este mesmo motivo que a fortuna dos ricos tem grande papel social: investimento. Não fossem os ricos, os pobres não teriam a vida muito superior que tem hoje, comparada a 100 ou 200 anos atrás. O luxo de ontem torna-se o comum de hoje através das acumulação de fortunas e do uso das mesmas em grandes investimentos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quanto mais o estado onera (aumenta o custo) a acumulação de riquezas, menos investimentos privados e acumulação de riqueza haverá. É correto concluir que isso forçará um consumo maior de riquezas no presente em detrimento do futuro. Mais uma vez, as vantagens de tais políticas podem ser aparentemente boas a curto prazo, mas são destrutivas a longo prazo. É a velha falácia da janela quebrada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Novamente, vemos que tais verdades estão em completo alinhamento à verdade revelada de Deus. A única forma de maximizar a prosperidade de uma sociedade é através do estabelecimento e do respeito à propriedade privada. Qualquer intervenção onera o proprietário e desestimula investimento correto. Por este motivo mesmo aprouve a Deus estabelecer a propriedade privada, absoluta (em termos relativos aos homens). "Não roubarás" (Êxodo 20:15) é o mandamento mais importante para a ciência econômica.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>O Imposto Inflacionário</b> </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há ainda uma outra forma de intervenção estatal na economia, que é tida por muitos como a maneira ideal de vencermos a escassez e criarmos prosperidade quando quisermos. Tal maneira é a criação de dinheiro. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O estado intervencionista gasta muito. Em geral, gasta mais do que arrecada. A isto chama-se deficit público nominal. A dívida pública é um problema crescente em muitos países. A solução encontrada por muitos é possível apenas pela realidade do monopólio estatal do sistema monetário[3]. É a impressão de dinheiro. Isaías, falando a mensagem de Deus a Israel, declarou:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
<i>A tua prata tornou-se em escórias, o teu vinho se misturou com água.</i><br />
<b>(Isaías 1:22)</b></div>
<div style="text-align: left;">
</div>
<div style="text-align: left;">
<br />
<div style="text-align: justify;">
A maneira pela qual a prata (dinheiro) pode tornar-se em escória é pela falsificação monetária. Em tempos passados, quando o dinheiro era ouro e prata, era comum a prática fraudulenta de falsificação<b> </b>monetária. Cunhava-se uma moeda e adicionava-se a seu peso metais baratos, imperceptíveis a olho nu. Assim, uma moeda de 20g de prata continha apenas 18. 2g eram literalmente roubadas pelo falsificador.</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta prática torna-se comum geralmente quando os governos declaram-se o detentor da autoridade de cunhar moedas. A falsificação de moeda é um meio eficiente de o estado aumentar seus gastos e estender seu poder e influência. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esta prática é a mesma de hoje: governos imprimem dinheiro para sustentar seus gastos deficitários. Com esta falsificação, o governo está tirando valor de cada unidade monetária, visto que um maior volume de dinheiro diminui sua utilidade marginal[4] e, consequentemente, seu poder de compra. Por isso tal prática é conhecida como <b>imposto inflacionário</b>. O dinheiro novo criado não vem de graça. Além disso, tal prática é fundamentada no pressuposto de que o estado pode criar prosperidade <i>ex-nihilo</i>, ou seja, do nada. O estado, assim, se assenta no trono do próprio Deus. Mais uma vez, as sanções não tardam a vir. Com o aumento da inflação, o poder de compra da população cai e há um relativo empobrecimento. Nós, brasileiros, sabemos bem o que é isso. Há pouco mais de vinte anos vivíamos numa gravíssima hiperinflação. Julgamentos seguem-se à insistência dos homens em desobedecer à lei de Deus. É inevitável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>Conclusão</b></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Vimos que qualquer meio de intervenção estatal na economia é prejudicial. Desvia o foco de investimentos realmente necessários que só o livre-mercado pode satisfazer. Pode causar benefícios imediatos, mas causa empobrecimento relativo com o passar do tempo. As leis da economia são uma, universais. Estado e economia é uma combinação insustentável.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<b>Referências</b></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[1] - Refere-se aos economistas da escola austríaca, independente de suas nacionalidade.</div>
<div style="text-align: left;">
<br />
[2] - Ver Murray Rothbard, "A Grande Depressão Americana", p. 20, 5a. Edição.<br />
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[3] - Para mais informações sobre como os estados modernos apossaram-se do sistema monetário e excluíram o ouro e a prata do mercado conferir<i><b> </b></i>Murray Rothbard, "O que o governo fez com o nosso dinheiro." Disponível gratuitamente <a href="http://zip.net/bnpB1r" target="_blank">aqui</a>.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
[4] - Para saber mais sobre utilidade marginal, conferir Ludwig von Mises, "Ação Humana - Um Tratado de Economia," capítulo 7, seção 1. Disponível gratuitamente <a href="http://zip.net/byn7k4" target="_blank">aqui</a>. Conferir também artigo de Thorsten Polleit, "<span class="title" id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblTitle">O que a lei da utilidade marginal decrescente pode nos ensinar?" Disponível <a href="http://zip.net/bkpB1c" target="_blank">aqui</a>.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
<span class="title" id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblTitle"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<span class="title" id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblTitle"><br /></span></div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-4129868433295926992014-09-12T08:33:00.000-07:002014-09-12T08:37:10.172-07:00A Negação da Economia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Por Ludwig von Mises</i><br />
<br />
Existem doutrinas que simplesmente negam a existência de uma ciência econômica. O que hoje em dia se ensina nas universidades sob o rótulo de economia é praticamente uma negação da economia.<br />
<br />
Aquele que contesta a existência da economia está virtualmente negando que o bem estar da humanidade possa ser afetado pela escassez de fatores externos. Imagina que todo mundo poderia desfrutar a perfeita satisfação de todos os seus desejos, desde que fosse feita uma reforma para superar certos obstáculos causados por instituições inadequadas feitas pelo homem. A natureza é pródiga e generosamente cumula a humanidade com presentes. As condições poderiam ser paradisíacas para um número ilimitado de pessoas. A escassez é uma situação artificialmente criada por práticas estabelecidas. A abolição dessas práticas resultaria em abundância.<br />
<br />
Na doutrina de Karl Marx e de seus seguidores, a escassez é apenas uma categoria histórica. É a parte essencial da história primitiva da humanidade que desaparecerá para sempre pela abolição da propriedade privada. Assim que a humanidade efetuar a transição do mundo de necessidade para o mundo de liberdade, atingindo desta forma "a fase superior da sociedade comunista", haverá abundância e, consequentemente, será possível dar "a cada um de acordo com suas necessidades". Não há, no vasto fluxo de escritos marxistas, a menor alusão à possibilidade de que uma sociedade comunista da "fase superior" possa ter que enfrentar uma escassez dos fatores naturais de produção. A realidade da existência da desutilidade do trabalho desaparece pela afirmativa de que trabalhar, numa sociedade comunista, evidentemente não será um encargo, mas um prazer, "a necessidade primordial da vida". As desagradáveis realidades da "experiência" russa são atribuídas à hostilidade dos capitalistas, ao fato de o socialismo não ter ainda alcançado sua "fase superior" por ter sido implantado apenas em um país, e, mais recentemente, pela guerra.<br />
<br />
Existem também os inflacionistas radicais, como por exemplo, Proudhon e Ernest Solvay. Para eles, a escassez é criada por restrições artificiais à expansão do crédito e outros métodos de aumentar a quantidade de dinheiro em circulação, restrições essas que são impostas ao público crédulo pelos egoísticos interesses de classe dos banqueiros e de outros exploradores. Recomendam como panaceia que as despesas públicas sejam ilimitadas.<br />
<br />
Tal é o mito da possibilidade de fartura e abundância. A economia pode deixar aos historiadores e psicólogos a tarefa de explicar a popularidade dessa maneira de tomar os desejos por realidade e de satisfazer-se com fantasias. O que a economia tem a dizer sobre essa conversa fiada é que a economia lida com os problemas que o homem tem que enfrentar devido ao fato de que sua vida é condicionada por fatores naturais. Lida com a ação, isto é, com os esforços conscientes para diminuir tanto quanto possível o desconforto. Não tem nada a dizer sobre o que sucederia num mundo, não só inexistente como também inconcebível para mente humana, onde as oportunidades fossem ilimitadas. Em tal mundo, pode-se admitir, não haveria nem lei de valor, nem escassez, nem problemas econômicos. Essas coisas não existiram porque não haveria escolhas a serem feitas, não haveria ação nem tarefas a serem resolvidas pelo raciocínio. Os seres que porventura tivessem florescido num tal mundo jamais teriam desenvolvido o raciocínio e o pensamento. Se algum dia um mundo assim fosse dado aos descendentes da raça humana, estes seres bem-aventurados veriam sua capacidade de pensar se atrofiar e deixariam de ser humanos. Porque a tarefa primordial da razão é enfrentar conscientemente as limitações que a natureza impõe ao homem, é lutar contra a escassez. O homem que age e que pensa é o produto de um universo de escassez onde qualquer gênero de bem estar que possa ser alcançado será fruto de esforço e preocupação, de uma conduta que comumente chamamos de econômica*.<br />
<br />
<b>Sobre o autor:</b> Ludwig von Mises (Lviv, 29 de Setembro de 1881 — Nova Iorque, 10 de Outubro de 1973) foi economista, filósofo e grande defensor da liberdade econômica como suporte básico da liberdade individual, é um dos ícones da escola austríaca.<br />
<br />
Em um de seus livros, Ação Humana (Human Action em inglês), apresentou os fundamentos metodológicos dessa escola e integrou a teoria austríaca. Publicou ainda diversas outras obras, muitas delas se encontram em português publicadas pelo Instituto Liberal e todas elas, na versão em inglês, podem ser baixadas gratuitamente do site do Instituto Ludwig von Mises. Entre outros, ele desenvolveu uma teoria do ciclo de negócios baseada nas mudanças das relações do mercado de crédito, e uma teoria sobre a impossibilidade do cálculo econômico no socialismo.<br />
<br />
<b>Sobre o texto: </b>O texto é parte do capítulo 14 do livro <i>Ação Humana, Um Tratado de Economia</i>. Baixe gratuitamente o livro <a href="http://zip.net/byn7k4">aqui</a>.<br />
<br />
<b>Notas do Editor</b><br />
<br />
* Aqui, Mises escreve de acordo com sua pressuposição humanista evolucionista<b>. </b>Deus criou e e dotou o homem de pensamento e de capacidade para agir e, originalmente, tal capacidade tem o propósito de ser usada no Pacto de Domínio.<b> </b> </div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-35450689172594166722014-08-29T15:22:00.003-07:002014-08-29T15:22:59.742-07:00A Falácia da Janela Quebrada<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEyooziCSEn0yriRny_bL0RxEAbHEpM-M-c7VSv0YYbfpyBEFMNU01Z52rhcZm1QTXD9CDLZHrBVaDwrDhyHdFxLNGHyTW35zP2DHlL6mVCQkAFYfdp3yobs9-ArJoNqNyZ6lx-uuMgDE/s1600/shattered-window.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEyooziCSEn0yriRny_bL0RxEAbHEpM-M-c7VSv0YYbfpyBEFMNU01Z52rhcZm1QTXD9CDLZHrBVaDwrDhyHdFxLNGHyTW35zP2DHlL6mVCQkAFYfdp3yobs9-ArJoNqNyZ6lx-uuMgDE/s1600/shattered-window.jpg" height="200" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
O brasileiro precisa aprender a falácia da janela quebrada. Elaborada por Frédéric Bastiat, em curtas linhas, ela diz o seguinte: se eu quebrar a janela do meu vizinho, essa aparente destruição será benéfica para a economia pois forçará o vizinho a comprar mais vidro para a janela, movimentando o mercado de vidros.<br />
<br />
Economistas intervencionistas acreditam e pregam que, se o governo gastar dinheiro em obras públicas monumentais, projetos gigantescos, educação, saúde e afins, ou, em outras palavras, se o governo aumentar absurdamente seus gastos, estará estimulando a economia, ajudando assim, um mercado esfriado.<br />
<br />
Ocorre que, assim como no caso da janela quebrada, há efeitos indesejáveis não observados também. Da mesma maneira que o vidraceiro lucrou com o vidro quebrado, todos aqueles que se beneficiariam do dinheiro que o dono da casa usaria CASO A JANELA não tivesse sido quebrada, estarão agora em desvantagem. Em suma, a janela quebrada movimenta artificialmente algumas áreas da produção e prejudica outras.<br />
<br />
Precisamos entender que o governo gastar muito não significa um estímulo real à economia. O motivo é simples: o dinheiro que o governo gasta não é dele. É meu. É seu. Quanto mais ele gasta, mais NÓS deixamos de gastar. Quanto mais ele gasta, mais NÓS deixamos de produzir. Esta é, em suma, a crítica fundamental da ciência econômica (a ortodoxa, e não a podridão ideológica travestida de ciência) à intervenção estatal, que quanto mais o estado pratica espoliação para financiar seus projetos, MAIS ele onera setores produtivos e, aumenta os custos da produção e, consequentemente, DIMINUI a capacidade produtiva do país e o bem-estar geral. Toda política socialista é assim. Está fadada ao fracasso. O que muda é quanto tempo demora para evidenciar-se tal fracasso (dependendo da gradação da política socialista e do capital acumulado pelo livre mercado no país).<br />
<br />
É por este motivo que o capitalismo livre mercado, com uma defesa rígida da propriedade privada dos meios de produção e das entradas monetárias provindas do seu uso, é o ÚNICO sistema capaz de GERAR riqueza e aumentar, progressivamente, o bem-estar geral. <br />
<br />
Por Matheus Henrique.</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-4126840555703733992014-08-08T21:14:00.000-07:002014-08-08T21:14:40.868-07:00A Lei de Comte e a História<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<i>Por R. J. Rushdoony</i><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<i><br /></i>
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">A historiografia agnóstica e ateísta começa com um ato
fundamental de fé, a fé de que Deus nada tem a ver com a história. Essa premissa
nada tem a ver com a ciência ou com a história: é um teorma pré-teórico através
do qual toda fatualidade é analisada. Isso, Lucrécio afirmou aberta e
claramente: "O princípio básico a que nos devemos ater como nosso
principal é que nada jamais fora criado por divino poder."<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 14pt; line-height: 115%;">[1]</span></span><!--[endif]--></span>
Através deste ato de fé é a história declarada ser a arena da ação humana, a
parte de qualquer determinação ou operação divinas.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Feita tal premissa, os acadêmicos então prosseguem em
aplicá-la à história. A história, assim, torna-se simplesmente a luta e o
desenvolvimento do homem num universo desprovido de sentido. Essa aplicação é,
então, tomada como “prova” da premissa mesma que a produziu! Claramente, isto é
um raciocínio cíclico: é um raciocício de fé em fé, e culpado do próprio
processo do qual acusa os Cristãos.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Um exemplo clássico é a “Lei dos Três Estágios” de Augusto
Comte (1798-1857) em A Filosofia Positiva. Comte negou a Deus; portanto, a
presença de Deus na história era mitológica, e o progresso na história era o progresso
da teologia à ciência positivista. Os três estágios pelo qual cada ramo do
conhecimento passa são, portanto, o Teológico ou fictício; o Metafísico ou
abstrato; e o Científico ou positivo. O homem passa de um desejo pelo
significado a um reconhecimento pragmático de que significado não existe e
deve, na realidade, ser analisado metodologicamente e pragmaticamente. Através
desse esquema simples, Comte aplicou a doutrina da evolução social (que muito
precedeu a evolução biológica) à história e relegou a teologia à idade do mito.
Que o esquema geral de Comte ainda é tão extensivamente adotado, é evidência do
poder da fé sobre o fato, porque a história claramente mostra um quadro bem
diferente.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">É possível, com bastante precisão e por conveniência,
dividir o desenvolvimento do pensamento em três bem diferentes estágios, esses,
sim, sobremodo aparentes na história. O primeiro estágio do pensamento humano
foi a cosmovisão político-mágica. A não ser pelos Hebreus, essa perspectiva
governou toda a antiguidade, governava o Império Romano na era Cristã e, desde
então, contina a governar o mundo não Cristão. Para entendermos o significado
da cosmovisão político-mágica, é importante definirmos o que é mágica.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Uma definição assim requer uma distinção entre a
técnica e o propósito da mágica. Muito comumente, a mágica é explicada em
termos de técnicas primitivas e é, assim, expelida da cosmovisão moderna.
Entretanto, a mágica é melhor definida em termos de seu propósito; as técnicas
tem variado de cultura para cultura, mas o propósito permanece intacto. O
propósito da mágica é ganhar controle autônomo sobre o homem, sobre a natureza
e sobre o sobrenatural, controle sobre a totalidade do que realmente existe,
como quer que isso seja definido. A ciência moderna, tendo firmemente
abandonado suas origens Cristãs, é governada cada vez mais por mágica, por um
desejo de controle total sobre a realidade. Na perspectia bíblica, a ciência é
uma atividade necessária da sociedade e do homem piedosos ao passo que eles
buscam entender e subjugar a terra sob Deus e em obediência ao Seu mandato
cultural dado na criação. Na fé mágica, o homem almeja o controle total um ato
em desprezo, desafio e descrença.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Desde o começo da história, um dos melhores, se não um
dos mais fáceis, meios de exercer este controle tem sido pelo controle
político. Como resultado, mágica e política fizeram aliança desde cedo. A consequência
foi que, na antiguidade, a salvação não era religiosa; a salvação era política.
A religião era um aspecto subordinado da vida antiga, simplesmente um
departamento do estado, uma divisão de bem-estar social e obras públicas. A orientação
principal do homem era política; pode-se dizer que sua religião era política,
se usarmos religião como veículo de salvação. O estado e seus governantes,
nesta comovisão político-mágica, eram, em certo sentido, divinos: eram os
controladores da totalidade da realidade. A comovisão político-mágica
suplantou, assim, Deus e a religião com uma ordem mágica totalitária.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Mesmo um olhar passageiro em culturas antigas e não
Cristãs revela a prevalência dessa ordem políto-mágica. A adoração a Baal no
Oriente Médio era a adoração dos senhores, naturais e políticos, que governavam
toda a realidade. Os governantes
políticos prontamente adotavam o baalismo em vista de comandar aquele controle
total oferecido por esta cosmovisão político-mágica. A adoração a Moloque, com
sua demanda por sacrifícios humanos, era político-mágica, e Moloque significava
literalmente “rei.” Os curandeiros das tribos indígenas Americanas tinham pouca
relação com religião; sua função era mágica, e a medicina era uma faceta de seu
controle sobre a realidade. As tentativas do césaro-papismo de absorver a
Igreja Cristã representa uma tentativa de reduzir a igreja a um aspecto da
ordem político-mágica, em oposição a permitir que a igreja esmague aquela ordem
e a refaça numa ordem religiosa. <o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O segundo estágio do pensamento humano tem sido o
religioso ou Cristão. Com a vinda de Cristo, o estágio religioso, anteriormente
altamente restringido aos Hebreus, agora iniciava sua caminhada em direção à
conquista do mundo. O resultado foi a guerra imediata entre Cristo e os
césares, que nada mais fora que uma batalha entre a cosmovisão politico-mágica
e a cosmovisão bíblica. É o costume, agora, dos novos mitologistas, tratar a
perseguição dos Cristãos como majoritariamente lendária. A realidade é muito
diferente, entretanto. Roma engendrou uma tentativa de varrer o Cristianismo.
Primeiramente, isso se deu pelo assassinato judicial de membros seletos e
líderes. Finalmente, tornou-se a tentativa de assassinato em massa um povo
inteiro. Foi uma longa e terrível batalha, mas o império, embora possuísse o poder
da espada e de forma selvagem o utilizasse, finalmente perdeu.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Em Jesus Cristo a vida foi restaurada de uma cosmovisão político-mágica a uma
cosmovisão religiosa. Na queda de Adão, sua tentativa de ser como Deus (Gn
3:5), nasceu a perspectiva político-mágica. Na tentação de Cristo, a cosmovisão
político-mágica foi vencida. Vida e salvação foram restauradas a uma dimensão
religiosa.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O resultado foi uma nova historiografia. A velha fora nulificada.
Ela simplesmente narrava a conquista de poder e era antiquada em tudo mais. Ao invés
de movimento e progresso na história, a história antiga simplesmente citava
poder e controle. Santo Agostinho apontou o conflito da história, a Cidade de
Deus e a Cidade do Homem, entre a religião bíblica, entre o Cristianismo, e a
ordem político-mágica. A história, portanto, tem um propósito, o triunfo da
cidade celestial, e é, portanto, apta para o progresso. Há desenvolvimento em
ambas as cidades, conforme cada uma exercita as implicações de suas
pressuposições. O único desenvolvimento que Platão poderia visionar era um de
grandes controle sobre o homem, uma ordem comunizada, porque sua perspectiva
era político-mágica. Em Agostinho, a meta está aberta à imaginação: as cidades
crescerão, não em controle, mas em suas auto-consciências epistemológicas, e o
futuro é tanto certo como desconhecido. O progresso da história Ocidental é
único na história do mundo; é simplesmente um produto do triunfo da cosmovisão
bíblica, a substituição das ordens político-mágicas pela religião Cristã.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">O terceiro estágio está agora em evidência: a tenttiva
de restaurar a ordem político-mágica. A cosmovisão Cristã foi introduzida
extensivamente em cada continente. Os leões adormecidos da ordem
político-mágica levantam-se por toda parte. Na cultura Ocidental, eles estavam
ativos nos avivamentos neo-platonistas, no Aristotelianismo, na Renascença e no
Iluminismo. A ONU hoje é a ordem político-mágica mundial, e virtualmente o são
também todas as nações. As igrejas foram largamente capturadas pela mágica e,
de acordo, tem um evangelho social e político. A salvação tornou-se política
novamente, e a salvação Cristã é ferozmente denunciada como irrelevante e
obscurantista. A batalha ocorre entre o estado como deus e Deus como Deus.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR;">Portanto, não é presunçoso postular a ascenção de
ainda outro estágio, uma vez que Deus é Deus e Ele prevalecerá: uma ordem
Cristã triunfante ao redor da terra, e a supressão da cosmovisão
político-mágica. Uma vez que Deus tem tudo a ver com a história, cada amanhã é
em termos dEle. Não há outra história. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<br /></div>
<b>Sobre o autor:</b> Rousas John Rushdoony (25 de abril de 1916 - 08 de fevereiro de 2001) foi um filósofo calvinista, historiador e teólogo e é amplamente creditado como o pai do Reconstrucionismo Cristão e uma inspiração para o movimento de educação domiciliar cristão moderno. Seus seguidores e críticos tem argumentado que seu pensamento exerce considerável influência sobre a direita cristã evangélica.<br />
<br />
<b>Sobre o texto:</b> O texto traduzido aqui é o capítulo 10 do livro <i>The Biblical Philosophy of History.</i><br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span> Esta
tradução é dada por Gordon H. Clark: <i>A Christian
Philosophy of Education</i> (Grand Rapids: Eerdmans, 1946), 31. <span lang="PT-BR">Esta sentença de <i>De Rerum Nature I</i>, 148-150, é dada no
livro <i>Lucretius on The Nature of Things</i>
(Bohn’s Classical Library, 1904), 10, de John Selby Watson, como “nosso
princípio primeiro deve daí tirar seu começo, QUE NADA É JAMAIS DIVINAMENTE
GERADO DO NADA.”<o:p></o:p></span></div>
</div>
</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-76486807793767169722014-08-06T19:23:00.001-07:002014-08-06T19:25:08.391-07:00O Valor do Ouro - Parte II<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span style="text-indent: 0.25in;"><b>B. Monopólio e Impureza</b></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span style="text-indent: 0.25in;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span style="text-indent: 0.25in;">Quando os homens, seja como cidadãos ou como
funcionários do governo, adulteram o teor de ouro e prata nas moedas, o desastre
segue como resultado. Quando os corações dos homens são corrompidos, eles
arriscam-se na produção de moeda adulterada e de bens de consumo corrompidos
(Isaías 1:22).</span><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[1]</span></span></span><span style="text-indent: 0.25in;">
Reis tem praticado tal engodo monetário desde que eles existem. Eles derramam
metais mais baratos junto à prata ou ao ouro usado para convertê-los em lingotes
ou moedas. Eles substituem as notas de papel ou cheques ou dígitos de
computador por os metais preciosos e, em seguida, eles multiplicam as notas,
cheques, ou dígitos de computador. Multiplica-se o dinheiro, sobem os preços e aumenta
a redistribuição de riqueza através do engano. O governo civil incentiva a fraude,
seja diretamente (degradação de valor, impressão dinheiro) ou indiretamente
(banco central e bancos comerciais). Quando as autoridades do governo civil
estampam um selo numa moeda ou numa nota atestando que uma quantidade e pureza
específicas de um metal precioso estão contidas em uma moeda (ou que uma
determinada quantidade deste metal está na reserva para a troca imediata pela
nota de papel) e, posteriormente, falsificam o processo de cunhagem ou imprimem
mais notas do que há de metal na reserva, eles, assim, agem de forma fraudulenta.
Primeiro, criam um monopólio da emissão de dinheiro, e então abusam deste
monopólio governamental. Eles põe o dinheiro fiduciário em circulação pela
compra de recursos econômicos escassos do mercado. O estado, portanto, aumenta
o seu consumo através da cobrança do "imposto invisível" da inflação
monetária.</span><br />
<span style="text-indent: 0.25in;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">O monopólio do dinheiro irroga perigos a todos, mas os
cidadãos mais alertas e os beneficiários do estado se favorecem. As autoridades
não podem resistir muito tempo à tentação de cobrança do imposto invisível da
inflação de preços. É verdade que Bizâncio foi abençoada com uma cunhagem de
ouro estável por mais de 700 anos, mas esse caso foi único na história do
homem.<a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/O%20Valor%20do%20Ouro.docx#_ftn2" name="_ftnref2" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[2]</span></span><!--[endif]--></span></a><o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Por esse motivo, a inflação da oferta de moeda tem
sido uma característica da história humana desde o início dos registros
históricos. Governos trapaceiam. Governos civis honestos não são os criadores
de dinheiro; eles são, no máximo, certificadores de dinheiro. É por isso que a
Bíblia repetidamente adverte sobre o pecado de pesos e medidas fraudulentos.<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[3]</span></span><!--[endif]--></span> Isso está ligado à justiça
(Lv 19: 33-37;<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[4]</span></span><!--[endif]--></span>
Dt 25:13-16<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[5]</span></span><!--[endif]--></span>.).
Quando Jeremias comprou o campo do seu parente, ele "subscreveu a
evidência, e fechou-a e levou testemunhas, e pesou ele o dinheiro numa
balança" (Jer. 32:10). O dinheiro, neste caso, era 17 siclos de prata (Jr
32:9). O aviltamento da moeda não é nada menos do que adulterar os pesos e
medidas, seja por cunhadores privados, falsificadores, ou funcionários do
Estado.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">A abolição do padrão-ouro no século XX, durante e
depois da Primeira Guerra, levou diretamente a uma inflação universal,
revolução e ciclos comerciais de expansão e recessão nesse mesmo período
histórico. Não há escapatória da lei moral de Deus, mesmo que economistas
profissionais não reconheçam a existência de tal ordem moral. Os padrão ouro e
prata para moedas, ou padrões múltiplos de moedas livremente intercambiáveis, é
o resultado direto da aplicação da lei bíblica.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">A abolição de pesos e medidas honestos através da
criação do sistema bancário de reservas fracionárias, impressão de moeda,
aviltamento de moeda, ou raspagem de moeda, deve inevitavelmente resultar em
repercussões econômicas e sociais desagradáveis. Quando alguém emite um recibo
por metal de uma certa pureza e peso, ele deve ter exatamente aquilo na
reserva. Emitir mais recibos de reserva (notas bancárias) do que a quantidade
de metal realmente existente é nada menos do que adulterar as medidas, pois os
resultados são idênticos ao aviltamento de moeda. É o mesmo pecado; e deve
resultar no mesmo julgamento. Vivemos num universo que é pessoal e governado
por uma lei moral. Crises econômicas são os dispositivos imbutidos
autorreguladores – imbutidos no homem e na criação – que refream os homens em sua busca por fazer o
mal. Pesos desonestos, dinheiro desonesto, autoridades desonestas e culturas
desonestas andam de mãos dadas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<b><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Conclusão</span></b><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Embora o Império Romano seja, hoje, nada mais do que
pó, suas moedas de ouro e de prata ainda podem ser trocadas por bens econômicos
escassos. Os Césares estão em suas tumbas já há milênios, sua autoridade está
há muito destruída, mas as moedas que carregam suas faces podem ainda comprar
bens e serviços. Os homens ainda imputam valor a metais preciosos muito tempo
depois de eles cessarem de imputar valor a um dado regime político. Moedas de metais
preciosos duram mais que governos civis. O ouro pode ser dinheiro. A prata pode
ser dinheiro. Assim tem sido desde o começo da história escrita, e assim será
até o fim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> O ouro de Havilá era bom. Era
ouro de alta qualidade. Era ouro desejável. Porém, mais do que isso, ele não
era tão facilmente falsificável, especialmente por governos civis iníquos.<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;">[6]</span></span><!--[endif]--></span> Isso é mais do que podemos
dizer sobre notas bancárias, cartões de créditos e dinheiro fiduciário não
lastreado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<b>Sobre o autor:</b> Gary North, ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. North é um teórico reconstrucionista Cristão americano e historiador econômico. Já escreveu e foi co-autor de mais de 50 livros com tópicos variando entre teologia Cristã, economia e história. Visite seu <a href="http://zip.net/bnn8bP">website</a>.<br />
<br />
<b>Sobre o texto: </b>O texto é parte do capítulo 7 do livro <i>Sovereignty and Dominion - An Economic Commentary on Genesis Vol. I</i>. Baixe gratuitamente o livro <a href="http://zip.net/bsn8wX">aqui</a>.<br />
<br />
<i>Traduzido e revisado por Matheus Henrique</i>.<br />
<br />
<a href="http://economiacrista.blogspot.com.br/2014/07/o-valor-do-ouro.html">Parte I</a><br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span> Gary
North, <i>Restoration and Dominion: An
Economic Commentary on the Prophets</i> (Dallas, Georgia: Point Five Press,
2012), cap. 3.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span> “Byzantine
Coinage,” <i>Wikipedia</i>.<span lang="PT-BR"><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn3">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[3]</span></span><!--[endif]--></span> R.
J. Rushdoony, <i>Institutes of Biblical Law</i>
(Nutley, New Jersey: Craig Press, 1973), pp. 468–72.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn4">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[4]</span></span><!--[endif]--></span> Gary
North, <i>Boundaries and Dominion: An
Economic Commentary on Leviticus</i>, 2a ed. (Dallas, Georgia: Point Five
Press, [1994] 2012), cap. 19.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn5">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[5]</span></span><!--[endif]--></span> Gary
North<i>, Inheritance and Dominion: An
Economic Commentary on Deuteronomy</i>, 2nd ed. (Dallas, Georgia: Point Five
Press, [1999] 2012), cap. 65.<o:p></o:p></div>
</div>
<div id="ftn6">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[6]</span></span><!--[endif]--></span> Gary
North, <i>Honest Money: The Biblical
Blueprint for Money and Banking</i> (Ft. Worth, Texas: Dominion Press, 1986). (<a href="http://bit.ly/gnmoney">http://bit.ly/gnmoney</a>)<o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4113236119236047181.post-87541641730084049332014-07-27T19:39:00.001-07:002014-08-06T19:24:22.474-07:00O Valor do Ouro - Parte I<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="MsoNormal">
<i><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Por Gary North</span></i></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><i><b>E o ouro dessa
terra é bom; ali há o bdélio, e a pedra sardônica. </b></i><b>(Gênesis 2:12)</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .5in;">
<span style="text-align: left; text-indent: 0.5in;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: left; text-indent: 0.5in;">O princípio teocêntrico aqui é a doutrina da imputação
de Deus: execução de julgamento. Este é um aspecto do ponto quatro do pacto bíblico: julgamento.<span style="font-size: 14.545454025268555px; line-height: 16.866666793823242px;">[1]</span></span></div>
<a href="file:///C:/Users/Matheus/Google%20Drive/Translations/O%20Valor%20do%20Ouro.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="text-align: left; text-indent: 0.5in;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="PT-BR" style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><br /></span></span></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Ao descrever a terra de Havilá, Moisés destacou suas
pedras e metais preciosos. (Alguns pensam que o bdélio era uma planta ou um
produto vegetal.) Esta é a única referência a objetos inanimados antes da
rebelião do homem que especificam sua qualidade única. Moisés entendeu que o
povo de seus dias compreenderia o valor de uma terra que possuia jóias e ouro.
O lugar original de responsabilidade do homem era uma terra esplêndida, e a presença
de ouro fino era uma de suas marcas de esplendor. A generosidade de Deus para
com o homem era, à primeira vista, patente a qualquer leitor ou ouvinte do
relato de Moisés sobre o ambiente em que Adão vivia.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .5in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Jóias e metais preciosos tem sido considerados como
objetos básicos de riqueza desde que temos registros da atividade humana. O
ouro tem sido uma forma de dinheiro há tanto tempo quanto podemos investigar.
Seu brilho, durabilidade, maleabilidade e respeito universal como metal de
valor contínuo fizeram dele um recurso econômico ímpar. Sua escassez em relação
ao alto valor posto pelo homem na posse
do metal (alta utilidade marginal) fez do ouro uma moeda universal. Ouro é algo
que vale a pena possuir. Mesmo Adão no jardim poderia ser considerado, em
retrospecto, como abençoado, Moisés deixou isso claro – o que faz ainda maior sua
rebelião ética. Em uma criação perfeita, que Deus pronunciou como boa, ouro e
jóias eram considerados como algo peculiar.</span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .5in;">
<b style="text-align: left; text-indent: -0.25in;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">A - O Ouro como Dinheiro</span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 0.5in;">
<b style="text-indent: -0.25in;"><span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">O ouro é o dinheiro universal. Onde quer que os homens
comercializem e troquem, eles respeitam o outro como um meio de troca. Por quê?
O que é dinheiro, e por que deveria o ouro servir como seu arquétipo universal?
Dinheiro é simplesmente o <i>bem mais
comerciável</i>.<span style="font-size: 14.545454025268555px; line-height: 16.866666793823242px;">[2]</span> De um modo ou de outro, o dinheiro deve possuir as seguintes características: <i>divisibilidade, durabilidade,
transportabilidade, fácil reconhecimento e escassez em relação à demanda</i>
(alta utilidade marginal). Muitos objetos tem funcionado como dinheiro ao longo
da história humana. Gado, metais preciosos, sal, conchas e mesmo mulheres tem
servido como unidades contáveis. (Divisibilidade tem sempre sido um problema
com mulheres; meia mulher é pior do que nenhuma.) O dinheiro deve servir como
uma unidade comum de conta. Geralmente, é referido como uma “reserva de valor,”
embora a terminologia é enganosa porque infere que há algum valor objetivo no
dinheiro à parte do valor subjetivo imputado pelo homem quando opera em
mercados competitivos. Podemos dizer, de uma forma melhor, que o <i>dinheiro é algo valioso para se guardar</i>.
Mais importante, <i>o dinheiro tem valor <b>histórico</b></i>. Ele tinha valor ontem,
ou talvez séculos atrás, e comerciantes podem assumir que uma forma particular
de dinheiro será também valiosa no futuro. Esta <i>continuidade de valor através do tempo </i>é soberana em estabelecer um
bem particular como uma unidade monetária aceitável.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">Há um problema teórico com esta análise. Se o dinheiro
é valioso como dinheiro, hoje, porque era valioso como dinheiro ontem, como
podemos explicar a origem do dinheiro? Este problema foi solucionado pelo “teorema
da regressão” de Mises em seu livro de 1912, <i>Teoria do Dinheiro e Crédito</i>. Em algum ponto da história de uma
unidade monetária particular, ela deve ter sido valorada por outras de suas propriedades.
Talvez sua beleza tenha sido central. Possivelmente foi usada como um ornamento
ou como um objeto sagrado. O agente homem pode ter imputado valor ao metal ou
outro objeto por motivos diversos além de seu valor prévio como meio de troca.
O argumento de Mises é plausível, mas ainda é uma forma de “história
conjectural.” Quanto à origem do dinheiro, somente podemos especular.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">O que <i>realmente </i>sabemos
é que Deus chama a atenção para a posição especial de ouro e as pedras
preciosas de Havilá. Ele espera que os homens reconheçam a natureza especial do
Seu dom para a humanidade ao fornecer ativos que são quase universalmente
reconhecidos como valiosos. Sua beleza aos olhos dos homens - uma indicação de
padrões universais de beleza entre eles - e sua escassez (alta utilidade
marginal) em relação à demanda universal pelas jóias ou ornamentos de ouro
resultam na criação do que parece ser um valor objetivo de ouro e jóias. Isto é
o mais próximo que devemos chegar de atribuir valor "objetivo" ou "intrínseco"
ao ouro, à prata, ou a alguma outra forma universalmente reconhecida de
dinheiro. A aceitabilidade quase universal do ouro em trocas voluntárias entre
os homens produziu valor histórico de tal durabilidade para o metal, que os
homens falam de valor intrínseco do ouro. Mas esse suposto "valor intrínseco
do ouro" é melhor entendido como um <i>desejo
quase intrínseco pelo próprio ouro entre os homens</i>. Mesmo assim, esse
desejo nunca é uma emoção fixa, independente de tempo e de lugar. Não há valor
de mercado fixado para o ouro, não há "preço inato" do ouro. O ouro
não é uma referência econômica fixa universal para todas as trocas de mercado.
No entanto, Deus providenciou ouro de alta qualidade para Adão, e Adão e seus
herdeiros eram (e são) instados a reconhecer a generosidade de Deus a esse
respeito. O dom do ouro era, de fato, um bem precioso. E ainda o é.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;">O uso do ouro e da prata como ornamentos é um fato
registrado pela Bíblia. A <i>Concordância de
Strong</i> enumera três colunas de entradas de rodapé para versículos que se
referem à prata, e três colunas e meia que se referem ao ouro. Inquestionavelmente,
a Bíblia registra a longa história de ambos os metais como formas primárias de
riqueza. "E era Abrão muito rico em gado, em prata e em ouro "(Gn
13:2). O ouro e a prata eram unidades convenientes de conta porque eles
poderiam ser pesados em termos de uma unidade padrão de peso, o shekel (Gn
24:22). O Rei Asa pagou ouro e prata da tesouraria de Judá a Ben-Hadade como tributo
em dinheiro (1 Reis 15:18). O fato de que este pagamento foi perfeitamente aceitável
para Ben-Hadade indica quão universais estes metais eram em trocas.<o:p></o:p></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="mso-layout-grid-align: none; text-align: justify; text-autospace: none; text-indent: .25in;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"> Quão valioso é
o ouro? Ao fazer uma estimativa do valor incomparável dos julgamentos de Deus, Davi
usa o ouro como representante padrão de comparação, embora uma comparação
turva. Porém, o ouro é o mais alto padrão terreno pelo qual podemos comparar os
julgamentos de Deus (Salmo 19:9-10). O ouro é desejável; quão mas desejáveis
são os julgamentos de Deus! Esta mesma comparação é usada repetidamente por
autores bíblicos (Salmo 119:72, 127; Provérbios 3:14; 8:10, 19; 16:16; etc.).
Mesmo a Nova Jerusalém, o final e mais glorioso presente físico à humanidade
redimida, é referida como sendo feita de puro ouro (Ap. 21:18). Do jardim do
Éden à Nova Jerusalém, ouro é riqueza.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<b>Sobre o autor:</b> Gary North, ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história. North é um teórico reconstrucionista Cristão americano e historiador econômico. Já escreveu e foi co-autor de mais de 50 livros com tópicos variando entre teologia Cristã, economia e história. Visite seu <a href="http://zip.net/bnn8bP">website</a>.<br />
<br />
<b>Sobre o texto: </b>O texto é parte do capítulo 7 do livro <i>Sovereignty and Dominion - An Economic Commentary on Genesis Vol. I</i>. Baixe gratuitamente o livro <a href="http://zip.net/bsn8wX">aqui</a>.<br />
<br />
<i>Traduzido e revisado por Matheus Henrique</i>.<br />
<br />
<a href="http://economiacrista.blogspot.com.br/2014/08/o-valor-do-ouro-parte-ii.html">Parte II</a><br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[1]</span></span><!--[endif]--></span> Ray
R. Suton, <i>That You May Prosper: Dominion
By Covenant, </i>2a edição (Tyler, Texas: Institute for Christian Economics,
[1987] 1992), cap. 4. (<a href="http://bit.ly/rstymp">http://bit.ly/rstymp</a>);
Gary North, <i>Unconditional Surrender:
God’s Program for Victory</i>, 5a ed. (Powder Springs, Georgia: American
Vision, 2010), cap. 4.<i><o:p></o:p></i><br />
<br /></div>
</div>
<div id="ftn2">
<div class="MsoFootnoteText">
<span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: EN-US; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">[2]</span></span><!--[endif]--></span> Ludwig
von Mises, The Theory of Money and Credit (New Haven, Connecticut: Yale
University Press, [1912] 1953), p. 32. <span lang="PT-BR">(</span><a href="http://bit.ly/MisesTMC"><span lang="PT-BR">http://bit.ly/MisesTMC</span></a><span lang="PT-BR">). Mises escreveu em 1949: “Na
negociabilidade dos vários bens e serviços revalecem consideráveis diferenças.
... São estas diferenças na negociabilidade dos vários bens e serviços que
criaram trocas indiretas. Um homem que no momento não pode adquirir o que ele
quer para a realização de sua própria casa ou empresa, ou que ainda não sabe
que tipo de bens que ele vai precisar no futuro incerto, chega mais perto de
seu objetivo final, se ele troca um bem menos comerciável por um mais comerciável.
Também pode acontecer que as propriedades físicas da mercadoria da qual ele
quer se desfazer (como, por exemplo, sua perecibilidade ou os custos de seu
armazenamento ou circunstâncias semelhantes) impelem-no a não mais esperar. Às
vezes, ele pode ser solicitado a se apressar em se desfazer do bem em questão,
porque ele tem medo de uma deterioração do seu valor de mercado. Em todos esses
casos, ele melhora a sua própria situação ao adquirir um bem mais comerciável,
mesmo que este bem não seja adequado para satisfazer diretamente nenhuma de
suas próprias necessidades. ... Dinheiro é um meio de troca. É o bem mais comerciável
que as pessoas adquirem porque eles querem oferecê-lo mais tarde em atos de
troca interpessoal.” </span>Mises, <i>Ação Humana</i>
(New Haven, Connecticut: Yale University Press, 1949), p. 398. (Versão em
Português: <a href="http://zip.net/byn7k4">http://zip.net/byn7k4</a>) <o:p></o:p></div>
</div>
</div>
</div>
Matheus Henriquehttp://www.blogger.com/profile/09396564134462938834noreply@blogger.com0